São Paulo, sábado, 02 de junho de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Tudo parado

A reforma política colocou em lados opostos a bancada do PT na Câmara e dirigentes da Executiva Nacional, que passaram a cobrar dos deputados rápida definição sobre financiamento público de campanha e voto fechado em lista. A sigla tenta obter consenso desde o início do ano, mas tem apenas divulgado resoluções vagas por resistência de parte dos parlamentares, que temem perder espaço com as mudanças.
A desavença não se dá entre as diferentes tendências internas, como costuma ocorrer no partido. Em reunião da direção, na segunda, haverá nova tentativa de acordo. Como o quadro se repete em legendas como PSDB e PMDB, o plano do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), de colocar a reforma em votação no próximo dia 12 deve ir por água abaixo.

Vacina. Tão logo concluiu uma licitação para obras de saneamento em Peruíbe (SP), o presidente da Sabesp, Gesner Oliveira, enviou um ofício ao Tribunal de Contas do Estado avisando que uma das integrantes do consórcio vencedor é a enrolada Gautama.

Protesto. Um grupo de advogados, Antônio Mariz de Oliveira à frente, terá reunião com o ministro Tarso Genro (Justiça) na terça-feira, em Brasília, para formalizar queixas sobre a conduta da Polícia Federal. José Mentor (PT-SP), personagem do mensalão e da CPI do Banestado, intermediou o encontro.

Ponto cego. De Carlos Zarattini (PT-SP), que acusa os deputados do PSDB de usarem dados errados na CPI do Apagão Aéreo na Câmara para atacar o governo: "Os tucanos perderam há tempos seu contato com a torre de comando".

Na caneta. Governo e sindicalistas decidiram que todas as alterações trabalhistas previstas para os próximos meses serão feitas por medida provisória. "Projeto de lei sobre esse tema não costuma sair do lugar", diz o deputado Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical. Pantagruélico. O banquete servido a Lula e às demais autoridades no jogo entre as seleções de Brasil e Inglaterra ontem incluía jantar com entrada, prato principal e sobremesa, lanche no intervalo do jogo e um festival de queijos e frutas depois do apito final.

Embarque. Depois de lançada no Rio, com a presença do ministro Fernando Haddad (Educação), a tese da turma da "refundação" do PT para o 3º Congresso do partido, o deputado Jorge Bittar reuniu aliados no Estado e acertou a adesão ao grupo capitaneado por Tarso Genro.

De berço. O PSOL debaterá nada menos do que 14 teses em seu 1º Congresso, que ocorre na semana que vem, no Rio. O PT, do qual a sigla é dissidente, terá 12 textos do gênero para discutir em evento similar que ocorre em agosto.

Independente. Em frente à nova sede da representação do governo gaúcho em Brasília, inaugurada nesta semana em uma ampla casa do Lago Sul, um letreiro anuncia: "Embaixada do Rio Grande".

Moda. Em meio ao litígio do governo com as universidades, a Assembléia paulista acaba de criar uma frente parlamentar para apoiar "a autonomia financeira do Poder Judiciário". A iniciativa foi do tucano Rodolfo Costa e Silva e ganhou adesão até do líder do PSDB, Mauro Bragato.

Armistício. Até há pouco inimigos dentro do PP paulista, os deputados Paulo Maluf e Celso Russomano iniciaram negociação para uma dobradinha na disputa da Prefeitura de São Paulo em 2008.

Visita à Folha. José Gomes Temporão, ministro da Saúde, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Homero Viana, assessor especial e chefe da divisão de Publicidade e Promoção Institucional, de Andrea Cordeiro, chefe da assessoria de imprensa, e de Ricardo Fantoni, diretor do Núcleo de Mídia da pasta.

Tiroteio

"Em seus delírios autoritários, Chávez é tão patético que só nos resta esperar que ele faça uma nota de retratação dizendo que foi sem querer, querendo". Do presidente do PPS, ROBERTO FREIRE (PE), usando o bordão do personagem do programa humorístico mexicano "Chaves" para responder aos ataques do presidente Venezuelano ao Congresso brasileiro.

Contraponto

Muito suspeito

O deputado estadual José Augusto (PSDB) seguia para reunião na periferia de Diadema, na Grande SP, quando uma viatura ligou as sirenes bem atrás do carro oficial que o transportava. Pensando que os policiais queriam passagem, o motorista deslocou-se para a direita, mas a viatura continuou onde estava. Quando o carro do parlamentar finalmente parou, os policiais saltaram com armas na mão, para espanto de um transeunte:
-O que é isso? Esse é o deputado José Augusto!
Sem jeito, um dos policiais procurou se explicar:
-Carro grande, placa oficial, fora de época de eleição... Por estas bandas, achamos que só podia ser seqüestro!


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