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Diretor da PF diz que ministra do STJ pode ter se equivocado
Paulo Lacerda elogia Eliana Calmon, mas defende a atuação de seu diretor-executivo, Zulmar Pimentel, que foi afastado
Diretor-geral afirma que PF usa hoje no Brasil o mesmo que as polícias do mundo e que as megaoperações contra o crime vão continuar
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O diretor-geral da Polícia Federal, delegado Paulo Lacerda,
defendeu ontem o modo de
atuação da organização, a atuação profissional do diretor-executivo, Zulmar Pimentel, afastado por ordem judicial, e disse
que as megaoperações de combate à corrupção vão continuar.
"Sem dúvida [que vão continuar]. Existem inúmeras operações que estão sendo gestadas, e vai ter o momento em
que serão deflagradas", afirmou Lacerda após a cerimônia
de hasteamento da bandeira
nacional, na sede da PF.
Lacerda elogiou a ministra
do STJ (Superior Tribunal de
Justiça) Eliana Calmon, que
preside o inquérito relacionado
à Operação Navalha e que determinou o afastamento, na última segunda, de três delegados
federais, entre os quais Zulmar,
o segundo homem na hierarquia da PF. Disse, porém, que
ela pode ter cometido um
"equívoco" ao ordenar o afastamento do diretor-executivo.
"Respeitamos a decisão da
ministra. Trata-se de uma magistrada preparada, competente e justa. Por conhecer o dr.
Zulmar Pimentel há cerca de
30 anos, tenho o perfil dele como o de um homem íntegro.
Acho que talvez tenha havido
algum equívoco em relação às
avaliações que estão sendo agora objeto de apreciação."
Lacerda rebateu as críticas
de que a PF tem cometido excessos e também sobre os procedimentos adotados pela
equipe da Diretoria de Inteligência Policial, que conduziu as
investigações relacionadas às
operações Hurricane e Navalha, as duas maiores na área de
combate à corrupção em meio
ao Judiciário e à políticos.
Segundo Lacerda, a PF usa
hoje no Brasil o mesmo que as
polícias do mundo no combate
ao crime. Atribuiu eventuais
"equívocos" à fase atual da atividade policial, em que tem havido muitas mudanças na legislação e no aspecto tecnológico.
Em conjunto, essas inovações levaram a um novo perfil
de atuação da PF, que ainda
precisa ser regulamentado internamente, na opinião dele.
"Acho até que alguns equívocos
que por ventura possam ter
ocorrido, algumas situações
que vêm causando divergência
são um pouco fruto disso, [da
falta de regulamentação dos
procedimentos diante das inovações legais e tecnológicas]."
Lacerda negou que haja clima tenso na PF, que começou
com a disputa pela sua sucessão
e se agravou com o afastamento, na terça, de Pimentel, sob
argumento de que teria vazado
a um colega informações sigilosas sobre a Operação Octopus.
"Às vezes convivemos com essa
situação de uma certa intranquilidade quando envolve um
policial. Mas sabemos agir profissionalmente."
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