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Deputado aliado tenta CPI do caso Alstom
João Bacelar (PR-BA) trabalha por instalação de comissão na Câmara para investigar relação de multinacional com tucanos
Em São Paulo, PSDB será alvo de CPI na Assembléia que vai apurar suposto pagamento de propina a políticos na gestão Alckmin
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
Integrante da base aliada do
governo Lula, o deputado João
Bacelar (PR-BA) vai retomar
nesta semana a investida para a
instalação de uma CPI na Câmara para investigar os contratos firmados pela multinacional francesa Alstom no Brasil.
Motivado pelas novas denúncias de contratos irregulares firmados entre a Eletropaulo e a Alstom, Bacelar prometeu
dar início nesta semana à coleta
de assinaturas para o requerimento de instalação da CPI.
São necessárias 171 subscrições, entre 513 deputados.
O deputado -que, sem citar
nomes, diz ter apoio de outros
colegas- enviou ao TCU (Tribunal de Contas da União) pedido de informações sobre os
contratos da empresa que estão
sob investigação.
Bacelar havia prometido há
duas semanas iniciar a coleta
de assinaturas, mas recuou depois de ser acusado de agir para
prejudicar o PSDB, a pedido do
DEM ou do governador da Bahia, Jacques Wagner (PT).
"Eu já estava com o pedido de
instalação da CPI pronto quando surgiram essas acusações de
que eu agia politicamente. O
governador é meu amigo e não
tem conhecimento disso. Eu
não tenho o objetivo de atingir
ninguém", afirmou ele.
Documentos enviados ao governo brasileiro pelo Ministério Público da Suíça indicam
que empresas "offshore" teriam sido utilizadas para repassar propinas para autoridades
de SP durante os governos dos
tucanos Mário Covas e Geraldo
Alckmin, segundo relatou o jornal "O Estado de S.Paulo". Um
contrato realizado pela Eletropaulo, entre 1997 e 1998, está
sob investigação.
Os tucanos, principais atingidos no caso, dizem não ver elementos para a instalação de
uma CPI da Alstom na Casa.
"Não me consta que haja
qualquer envolvimento de
membros do Congresso nessas
denúncias. É matéria que diz
respeito ao Estado de São Paulo", disse o líder do PSDB na
Casa, José Aníbal (SP).
Deputados petistas defendem a eventual instalação da
CPI só depois que novas informações sobre o caso forem encaminhadas ao Congresso.
"Eu fiz ofício ao Ministério
da Justiça sobre o assunto [solicitando a documentação]. O
ideal é esperar primeiro as informações para sabermos do
que se trata", disse o deputado
Paulo Teixeira (PT-SP).
São Paulo
Na Assembléia paulista, o PT
pretende utilizar nesta semana
a CPI da Eletropaulo, já em andamento, para apurar o caso.
A comissão tem à frente o deputado petista Antonio Mentor
e aprovou a convocação de David Zylberstajn, secretário de
energia do governo Covas.
Reservadamente, os tucanos
avaliam que o Planalto não trabalhará pela instalação de uma
CPI em Brasília, pois a multinacional tem muitos contratos
com o governo federal.
O temor de parte do PSDB,
principalmente a ligada a Alckmin, nesse sentido, é o de que a
Assembléia consiga os documentos que estão em poder do
Ministério da Justiça.
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