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PF prende amigo
de Collor e PC
XICO SÁ
da Reportagem Local
A Polícia Federal prendeu na semana passada, no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio, o
francês Guy de Longchamps, acusado de fazer parte do chamado
"esquema PC Farias" no exterior.
Longchamps foi condenado pela
Justiça Federal do Rio, sob a acusação de realizar operações financeiras irregulares.
A PF localizou uma série de cheques do tesoureiro da campanha
do ex-presidente Collor nas suas
contas bancárias.
Amigos de Longchamps em Maceió informaram ontem que o
francês se descuidou na sua defesa
perante a Justiça, o que resultou
em julgamento à revelia, praticamente sem defesa.
Condenado a seis anos de prisão,
Longchamps alega que os cheques
recebidos de PC se referem ao serviço que prestou, como arquiteto,
na construção da casa da família
Farias no bairro da Mangabeira,
em Maceió.
França e Alagoas
Longchamps vivia atualmente
entre Paris e Maceió, cidade que
adotou desde o início dos anos 80.
Lá, fez amizades com a turma que,
mais tarde, em 1989, conquistaria
o Palácio do Planalto.
Esse grupo, do qual fazia parte o
atual ministro da Justiça, Renan
Calheiros, implantou a chamada
"República de Alagoas", durante
o mandato de Fernando Collor
(1990-92).
Guy de Longchamps surgiu como personagem do chamado "esquema PC" em 92, quando Pedro
Collor, irmão do então presidente,
acusou-o de ser "testa-de-ferro"
de Fernando Collor e da Paulo César Farias no exterior.
Segundo Pedro Äque faleceu,
vítima de câncerÄ, o então presidente havia comprado um apartamento em Paris, por US$ 2,7 milhões. Para esconder o negócio, o
imóvel teria sido registrado em
nome de Longchamps.
O francês teria atuado nesta operação imobiliária na companhia
de Ironildes Teixeira, também
acusado de ser testa-de-ferro do
esquema por meio da empresa
Miami Leasing, responsável pelo
repasse de aviões a empresários
brasileiros.
Durante o período da fuga de PC
Farias, que deixou o Brasil em 93
para escapar da prisão, Longchamps foi muito útil para o empresário alagoano.
Funcionava como conselheiro e
ajudava PC, dando dicas de hospedagem, restaurantes mais discretos, entre outras sugestões, quando o tesoureiro de Collor estava
em Londres.
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