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SISTEMA FINANCEIRO
Tese extrapola poder da CPI
Relator quer sugerir ressarcimento ao BC
da Sucursal do Rio
O relatório preliminar da CPI
dos Bancos conterá uma proposta
de forte impacto e fracas chances
de ser concretizada: o ressarcimento dos prejuízos que o Banco
Central teve com o socorro aos
bancos Marka e FonteCindam, em
janeiro passado.
O prejuízo dos cofres públicos
chega a R$ 1,57 bilhão. Segundo o
relator da CPI, senador João Alberto (PMDB-MA), os bancos e os diretores do BC que aprovaram a
ajuda terão de ratear a despesa.
O relatório, segundo João Alberto, não conterá o nome dos diretores do BC. As medidas foram aprovadas pelo então presidente do BC
Francisco Lopes e pelos então diretores Cláudio Mauch, Demósthenes Madureira de Pinho Neto e
Carlos Eduardo Tavares. Paolo Zaghen é o único diretor que deu aval
às operações e continua no BC.
A proposta do relator é praticamente inócua por dois motivos.
Primeiro, porque os bancos e os
diretores do BC na época não têm
patrimônio para cobrir o prejuízo.
Além disso, o relatório nem sequer
apresentará o embasamento legal
do pedido de ressarcimento, que o
Senado não tem poder para impor.
"O Ministério Público é quem
deve encontrar as formas de propor o ressarcimento", disse João
Alberto. Sobre os recursos para cobrir o prejuízo, o relator afirmou:
"Se eles (os diretores do BC) não
têm dinheiro, o problema é deles".
A proposta não foi bem recebida
no Senado. "A CPI não pode pedir
a anulação das operações nem o
ressarcimento. Isso é atribuição do
Ministério Público", disse Eduardo Siqueira Campos (PFL-TO).
"O parecer preliminar do relator
não é o parecer da CPI. Ainda vamos votar o texto", afirmou o líder
do PMDB, Jader Barbalho (PA).
Outro lado
O advogado Luís Guilherme
Vieira, que defende Francisco Lopes, disse que os funcionários do
BC mostraram que foi legal a operação realizada com os bancos.
"Todos os esclarecimentos indicaram que a operação foi legal, embora tenha ocorrido num momento atípico, em razão da crise que se
avizinhava", afirmou Vieira.
O advogado de Salvatore Cacciola -dono do Marka-, José Carlos
Fragoso, disse que a declaração de
João Alberto foi "equivocada": "O
relator não compreendeu que essa
questão de lucro ou prejuízo não é
meramente aritmética".
Segundo o FonteCindam, sua
operação com o BC não exige ressarcimento porque não teria causado prejuízo aos cofres públicos.
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