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Ex-senador diz não priorizar política
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ex-senador Luiz Estevão
(PMDB-DF) afirmou ontem que,
por enquanto, não pretende usar
a absolvição na Justiça para tentar
recuperar o mandato parlamentar, cassado pelo Senado em julho
de 2000 por acusação de quebra
de decoro.
""A política não é minha prioridade. A sentença [de absolvição"
está longe de resolver todos os
meus problemas. É apenas a etapa
de um processo, que ainda exige
muito esforço e atenção", disse.
O empresário calcula que tenha
tido um prejuízo de R$ 400 milhões desde 18 de abril de 2000,
quando todos os seus bens foram
tornados indisponíveis pela Justiça. Na última sexta, ele foi absolvido na ação penal sobre o desvio de
dinheiro do Fórum Trabalhista de
São Paulo. O único condenado foi
o juiz aposentado Nicolau dos
Santos Neto.
As prioridades do empresário
são preparar a resposta ao provável recurso do MP na ação penal e
sua defesa na ação cível que requer ressarcimento aos cofres públicos pelo desvio do TRT, ""reorganizar" os negócios e se dedicar
mais à família.
Estevão se disse otimista com
relação à ação cível, principalmente porque, segundo ele, o resultado de uma perícia determinada pelo juiz da 12ª Vara Federal
Cível, responsável pelo processo,
derrubaria os argumentos do MP.
Em outubro de 2000, Luiz Estevão apresentou recurso ao STF
(Supremo Tribunal Federal) tentando anular a sessão do Senado
que cassou seu mandato, com base no que considera ""inconstitucionalidades" do processo.
O ex-senador disse que, em tese,
tem dois novos argumentos para
reforçar o recurso ao STF: a recente sentença de absolvição e a comprovação da violação do painel
eletrônico do Senado no dia da
sessão, que levou à quebra do sigilo dos votos.
Para o presidente do Senado,
Ramez Tebet (PMDB-MS), a absolvição de Estevão na Justiça não
pode lhe devolver o mandato de
senador. ""Uma coisa independe
da outra. Decisão política é irreversível", disse. Ele comparou o
caso ao do ex-presidente Fernando Collor de Mello, que teve seu
impeachment aprovado no Senado. ""O ex-presidente foi inocentado na Justiça."
(RAQUEL ULHÔA)
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