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ELEIÇÕES 2004/ALIANÇAS
Presidente do partido diz que almeja para os petebistas o posto de principal e mais fiel aliado, como os pefelistas foram de FHC
PTB se aproxima do PT para ser "PFL do Lula"
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ao surpreender se aliando a antigos adversários petistas em seis
capitais e em cidades importantes
do interior, o PTB investe no projeto de virar o "PFL" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Almeja tomar o lugar do PMDB e do PL
como aliados "principais".
"É exatamente isso que queremos construir", responde o presidente do PTB, o deputado federal
Roberto Jefferson (RJ), ao ser indagado se a idéia é ser para Lula o
que PFL foi durante sete anos para o tucano Fernando Henrique
Cardoso, presidente de 1995 a
2002). Ou seja, uma legenda de
peso, funcionando como linha
auxiliar até mais fiel que o próprio
partido presidencial. O PFL tinha
até a vice de FHC.
Jefferson confirma que a parceria com o PT envolve o desejo de
tomar do PL a vaga de vice quando Lula disputar a reeleição, um
segundo ministério até o final
deste ano e a atração de parlamentares hoje no PPS, no PDT e
em outros partidos para tentar virar a segunda maior bancada na
Câmara -onde tem 52 deputados- e pelo menos duplicar o tamanho no Senado -onde tem
três representantes. "Tudo isso
sem toma-lá-dá-cá. [...] Mas é claro que o PTB espera ser reconhecido por honrar o projeto nacional com o Lula", afirma Jefferson.
Aproveitando-se da crescente
disputa entre Ciro Gomes e o presidente do PPS, o deputado federal Roberto Freire (PE), o PTB já
convidou o ministro da Integração Nacional para se filiar.
Com aval de Lula, o convite foi
feito via Walfrido Mares Guia, petebista e ministro do Turismo que
apoiou Ciro na eleição presidencial de 2002. Como o PPS aderiu
ao tucano José Serra na eleição
paulistana, Lula teria a justificativa para dar o ministério de Ciro
ao partido, sem precisar trocar o
titular, como teve que fazer quando rompeu com o PDT. Em 2006,
Ciro poderia ser vice de Lula. Mas
Walfrido é o preferido de Jefferson. O sonho de conquistar a vice
está ancorado na instável convivência que o PL do vice José Alencar tem com o presidente.
Detalhe: coube principalmente
ao ministro José Dirceu (Casa Civil), que tem relação difícil com
Marta Suplicy e caciques do PT
paulistano, a articulação que levou o PTB a apoiar oficialmente a
prefeita. Dirceu também está por
trás da manobra que fez o PTB
romper com o prefeito do Rio de
Janeiro, Cesar Maia, e aderir à
candidatura de Jorge Bittar (PT).
Em contrapartida, Dirceu deverá fornecer os instrumentos (cargos e emendas parlamentares)
para o inchaço do PTB -partido
que já foi visto pelos petistas como repositório de biografias suspeitas sem peso para disputas majoritárias, mas unidas para ter força no Congresso.
Jefferson (RJ), por exemplo, foi
líder da famosa tropa de choque
do governo Fernando Collor de
Mello. O grupo foi o que mais
atuou contra o impeachment do
ex-presidente (1990-1992). "Com
o PT, podemos reposicionar nossa imagem à centro-esquerda.
Com o PSDB, ficaríamos à direita", diz o presidente do PTB.
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