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GOVERNO
ACM defende mudança restrita; Bornhausen quer redução de pastas
PFL diverge sobre proposta
para a reforma ministerial
da Sucursal de Brasília
O presidente do Congresso, senador Antonio Carlos Magalhães
(PFL-BA), defendeu ontem uma
reforma ministerial restrita, contrariando a posição do presidente
do seu partido, senador Jorge Bornhausen (SC), que pregou a extinção de ministérios. A reforma ministerial deverá ser feita pelo presidente Fernando Henrique Cardoso até o final do mês.
"A reforma será de acordo com o
desejo do presidente. Ele pode fazer (reforma) ampla e pode fazer
menor, que é mais racional até. Se
ele está contente com muitos, por
que vai mexer?", disse ACM.
Os três principais aliados não estão se entendendo sobre a reforma.
Líderes do PSDB e do PFL, recebidos anteontem por FHC, têm feito
o mesmo discurso favorável a uma
reformulação da equipe. O PMDB,
que ainda não foi recebido pelo
presidente para discutir o assunto,
tem criticado a proposta de mudança no ministério.
Numa reforma, o PMDB poderá
perder espaço, pois pefelistas e tucanos têm defendido o afastamento do partido da base governista.
"Não vislumbro uma reforma
ampla. Não se mexe em barco que
está balançando", afirmou o líder
do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA), se referindo às recentes crises na base de sustentação de FHC.
Bornhausen sugeriu a FHC a redução do número de ministérios
de 23 para 12, com mais 3 ministros sem pasta. O modelo sugerido
é semelhante ao adotado no governo Fernando Collor (1990-92), do
qual Bornhausen foi ministro.
"O senador Jorge Bornhausen é
meu amigo, maior de idade e vacinado. Eu acho que ele deve estar falando em enxugamento de secretarias", afirmou ACM ao sair do Senado, pouco antes das 14h.
Quando chegou ao Senado, por
volta de 11h, ACM havia afirmado:
"O senador Jorge Bornhausen,
quando fala, fala por mim", ao ser
questionado sobre a proposta do
presidente pefelista.
ACM voltou a dizer ontem que os
ministros baianos, Waldeck Ornélas (Previdência) e Rodolpho Tourinho (Minas e Energia), deverão
permanecer no governo mesmo
com a reforma ministerial.
"A lógica diz que os competentes
ficam. No caso (dos baianos), todos são competentes. Se eu não
achasse, não estariam aí", disse.
O senador, no entanto, não estendeu a defesa aos outros dois ministros pefelistas, Sarney Filho
(Meio Ambiente) e Rafael Greca
(Esportes e Turismo).
Bornhausen foi procurado pela
Folha, que foi informada que ele
tinha viajado. Até o fechamento
desta edição, o senador não havia
respondido aos recados deixados
em seu gabinete.
Convocação
ACM disse ontem que, apesar da
reedição de 93 medidas provisórias, o Congresso não será convocado extraordinariamente neste
mês. "Nós não queremos convocar
o Congresso para que a imprensa
não diga que só convocamos para
receber ajuda de custo, como de
hábito. Então, nós não vamos convocar o Congresso", afirmou.
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