São Paulo, Sexta-feira, 02 de Julho de 1999
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GOVERNO
ACM defende mudança restrita; Bornhausen quer redução de pastas
PFL diverge sobre proposta para a reforma ministerial

da Sucursal de Brasília

O presidente do Congresso, senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), defendeu ontem uma reforma ministerial restrita, contrariando a posição do presidente do seu partido, senador Jorge Bornhausen (SC), que pregou a extinção de ministérios. A reforma ministerial deverá ser feita pelo presidente Fernando Henrique Cardoso até o final do mês.
"A reforma será de acordo com o desejo do presidente. Ele pode fazer (reforma) ampla e pode fazer menor, que é mais racional até. Se ele está contente com muitos, por que vai mexer?", disse ACM.
Os três principais aliados não estão se entendendo sobre a reforma. Líderes do PSDB e do PFL, recebidos anteontem por FHC, têm feito o mesmo discurso favorável a uma reformulação da equipe. O PMDB, que ainda não foi recebido pelo presidente para discutir o assunto, tem criticado a proposta de mudança no ministério.
Numa reforma, o PMDB poderá perder espaço, pois pefelistas e tucanos têm defendido o afastamento do partido da base governista.
"Não vislumbro uma reforma ampla. Não se mexe em barco que está balançando", afirmou o líder do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA), se referindo às recentes crises na base de sustentação de FHC.
Bornhausen sugeriu a FHC a redução do número de ministérios de 23 para 12, com mais 3 ministros sem pasta. O modelo sugerido é semelhante ao adotado no governo Fernando Collor (1990-92), do qual Bornhausen foi ministro.
"O senador Jorge Bornhausen é meu amigo, maior de idade e vacinado. Eu acho que ele deve estar falando em enxugamento de secretarias", afirmou ACM ao sair do Senado, pouco antes das 14h.
Quando chegou ao Senado, por volta de 11h, ACM havia afirmado: "O senador Jorge Bornhausen, quando fala, fala por mim", ao ser questionado sobre a proposta do presidente pefelista.
ACM voltou a dizer ontem que os ministros baianos, Waldeck Ornélas (Previdência) e Rodolpho Tourinho (Minas e Energia), deverão permanecer no governo mesmo com a reforma ministerial.
"A lógica diz que os competentes ficam. No caso (dos baianos), todos são competentes. Se eu não achasse, não estariam aí", disse.
O senador, no entanto, não estendeu a defesa aos outros dois ministros pefelistas, Sarney Filho (Meio Ambiente) e Rafael Greca (Esportes e Turismo).
Bornhausen foi procurado pela Folha, que foi informada que ele tinha viajado. Até o fechamento desta edição, o senador não havia respondido aos recados deixados em seu gabinete.

Convocação
ACM disse ontem que, apesar da reedição de 93 medidas provisórias, o Congresso não será convocado extraordinariamente neste mês. "Nós não queremos convocar o Congresso para que a imprensa não diga que só convocamos para receber ajuda de custo, como de hábito. Então, nós não vamos convocar o Congresso", afirmou.


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