São Paulo, sexta-feira, 02 de agosto de 2002

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ELEIÇÕES 2002

TRANSIÇÃO NO ESCURO

FHC não vê saída sem FMI; Lula e Ciro rejeitam acordo


PT e PPS apóiam negociação, mas se negam a participar dela

Planalto admite que crise na economia atingiu "ponto crítico"



DA REDAÇÃO

Apesar do refluxo de ontem na cotação do dólar, que arrefeceu o clima de pânico do mercado verificado nos dias anteriores, o governo brasileiro admite que o quadro econômico do país atingiu um "ponto crítico" e não vê saída consistente para a crise fora do acordo que está sendo negociado com o FMI, relata Clóvis Rossi.
Os dois principais candidatos de oposição à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, e Ciro Gomes, do PPS, reagiram negativamente à proposta feita ontem pelo FMI, segundo a qual um novo acordo com o país deve se estender até 2003 e depende, para ser assinado, de algum compromisso dos presidenciáveis.
O presidente do PT, deputado José Dirceu, que falou por Lula, disse que "não dá para eleger um governo com política já definida por um organismo internacional". Ciro reagiu na mesma linha. Disse que não poderia se comprometer "com a a projeção para o futuro de uma política econômica equivocada". Num tom mais jocoso, o presidenciável do PSB, Anthony Garotinho, afirmou que não irá assumir compromisso com nenhum acordo que "mantenha a mamata" que, segundo ele, foi o governo FHC para os banqueiros.
O candidato José Serra, do PSDB, foi o único entre os presidenciáveis que voltou a defender ontem a extensão do acordo com o Fundo. E alfinetou os adversários: "Quem tem candidato pensando em que as coisas piorem para poder faturar eleitoralmente, tem".


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