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PAINEL
Renata Lo Prete @ - painel@uol.com.br
Memória seletiva
Até agora tratados como verdade absoluta, os depoimentos de Darci e Luiz Antonio Vedoin começam a
ser colocados em dúvida pela cúpula da CPI dos Sanguessugas. O cruzamento de informações levou a comissão a concluir que os donos da Planam, beneficiados pela delação premiada, pouparam parlamentares
contra os quais há claras evidências. Ao mesmo tempo, carregaram nas tintas contra nomes que não aparecem em outros braços da investigação.
A CPI suspeita que os Vedoin tenham feito acordo
com alguns deputados e implicado gente que não
aceitou participar da quadrilha. Por isso, cresceu o
bloco dos que defendem a importância do novo depoimento de Luiz Antonio, marcado para hoje na PF.
Freio. A oposição baixou o
tom na CPI. Antes defensora
de apuração imediata do braço do esquema no Executivo,
quer agora ouvir ex-ministros
da Saúde só depois do dia 10.
Por partes. Raul Jungmann (PPS-PE) e Fernando
Gabeira (PV-RJ) defendem
que o relatório parcial da CPI
centre fogo nos nomes já notificados, deixando para depois
quem for surgindo a partir de
novos depoimentos.
Rebelião. Parlamentares
que não integram sub-relatorias ameaçam votar contra o
relatório parcial da comissão.
Alegam não ter acesso a todas
as informações da apuração.
Bate-cabeça. Sub-relator
de sistematização, Carlos
Sampaio (PSDB-SP) se queixa
da Polícia Federal. Segundo
ele, a instituição prometeu
enviar cerca de 50 depoimentos de assessores parlamentares, mas, agora, afirma que o
material não está disponível.
Geral. Dos 15 parlamentares
da bancada da Paraíba, 13, entre senadores e deputados, figuram na lista de acusados da
máfia dos sanguessugas.
Vale de lágrimas. A sala
do Congresso onde a CPI
guarda documentação das
fraudes nas ambulâncias foi
tomada ontem pelos parlamentares sanguessugas. Havia fila de acusados, às vezes
se acotovelando, para checar
o que pesa contra eles. "Essa
CPI virou o muro das lamentações", reclamava um ponta-de-lança da comissão.
W.O. O representante da
campanha de Lula não apareceu ontem na reunião de negociação de regras para o debate da Rede Record.
Em alta. Jader Barbalho
(PMDB-PA), que chegou a
pleitear lugar na coordenação
de campanha de Lula e foi desencorajado pelos correligionários Renan Calheiros (AL) e
José Sarney (AP), participou
na segunda, juntamente com
o ex-presidente, de reunião
do comando reeleitoral.
Genérico. Quem espera
propostas objetivas, com destinação de recursos e prazo de
execução, vai se decepcionar
com o programa "O Novo
Nordeste", que Geraldo Alckmin apresenta sexta em Recife. O documento tucano elenca grandes temas regionais,
sem mencionar obras nem
Estados específicos.
Wally. Material de campanha dos irmãos Tatto -Jilmar, que tenta vaga na Câmara, e Ênio, líder do PT na Assembléia- traz foto de ambos
com a ex-prefeita Marta Suplicy e slogan com referência
a Lula. A única menção a Aloizio Mercadante, candidato ao
governo, é feita no pé do folheto, em letra bem miúda.
Peso-pesado. O jornal da
campanha de Antonio Palocci
(PT) a deputado, que sai na
semana que vem, trará texto
de Abílio Diniz, dono do grupo Pão de Açúcar, manifestando apoio ao ex-ministro.
Onipresente. Candidato
ao governo do Maranhão, Anderson Lago (PSDB) pediu à
Justiça que cubra o nome do
Tribunal de Contas. O edifício, situado em uma movimentada avenida de São Luís,
chama-se Roseana Sarney. A
pefelista lidera a disputa.
Tiroteio
Estou me sentindo no hemocentro.
Acabaram de passar três sanguessugas.
Comentário feito pelo deputado federal MOREIRA FRANCO (PMDB-RJ)
a um amigo, na tarde de ontem, no Salão Verde da Câmara.
Contraponto
Surto lírico
Em recente visita a Montes Claros, Geraldo Alckmin fez
de tudo para colar sua imagem à de Aécio Neves, já que o
desempenho do presidenciável nas pesquisas em Minas
está muito aquém da popularidade do governador. Ao discursar, surpreendeu a todos pelo arroubo poético:
-Nossa caravela parte cheia de sonhos, as velas cheias
de esperança!- disse Alckmin, despertando alguma estranheza nos assessores, habituados a seu estilo "prático".
Não satisfeito, arrematou a frase de uma maneira que
deixou até o anfitrião ruborizado:
-E, lá no alto da gávea, o capitão Aécio há de bradar no
dia da eleição: alvíssaras, Brasil! Alvíssaras, Minas Gerais!
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