São Paulo, quarta-feira, 02 de agosto de 2006

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Ex-ministro afirma que não existe "ilegalidade" no pedido

DO ENVIADO ESPECIAL A FORTALEZA

Candidato a deputado federal, Ciro Gomes disse na segunda que o trabalho do diretor do BNB Victor Samuel Cavalcante Ponte, de captação de recursos para a campanha, ocorria "fora do expediente" e que não via "nenhuma ilegalidade" nisso:
 

FOLHA - O sr. Victor Samuel, diretor do BNB, tem procurado empresas para arrecadar recursos para sua campanha e a de seu irmão, Cid...
CIRO GOMES
- É uma equipe. Foi feita para a pré-convenção, para a pré-campanha, a convenção, e nos demos uma credencial para arrecadar formalmente para o partido.

FOLHA - Uma carta?
CIRO
- A carta apresento e digo que ele falará em nosso nome, do partido, para recolher naturalmente dentro das regras da legislação etc.

FOLHA - Por que o sr. tomou a iniciativa de escrever a carta?
CIRO
- Apresentá-lo como meu portador.

FOLHA - Oficialmente, quem é o tesoureiro de sua campanha?
CIRO
- Oficialmente, acho que é Aroaldo Pinho, coordenador da campanha.

FOLHA - Do ponto de vista da legalidade, como o sr. vê o papel do diretor de um banco...
CIRO
- Fora do expediente, ele é um cidadão como outro qualquer. Não tem nenhuma ilegalidade, consultei o departamento jurídico, falou que não tinha problema nenhum. Até porque ele não era arrecadador, é contato. E é formal, uma carta, normal, não tem nada escondido, foi feita para apresentá-lo e em meu nome como contato. Ele trabalhando fora do expediente, me disse o pessoal da assessoria jurídica que não tem nenhum problema. Consultei a assessoria jurídica (...). Como estou fazendo uma coisa limpa e transparente, qual o problema? Agora, escreva aí o que você quiser. Agora, calúnia vai pra processo, o resto é normal da democracia.

FOLHA - Sem dúvida, é um direito seu. O sr. não acha que um empresário, quando é procurado por um diretor de um banco, ainda que seja seu amigo e num trabalho informal, não se sente coagido, constrangido?
CIRO
- Não, os contatos que escolhi não têm nada com o banco porque eu mesmo tomei os cuidados. A carta é nominada, para Fulano de Tal. Então são pessoas que eu conheço.

FOLHA - O sr. indicou as empresas?
CIRO
- Eu indiquei, porque a carta é nominal. (...) Apenas ele [Victor Samuel] é meu amigo de cem anos, e me ajuda. Nesse trabalho que é chato, que é desagradável. Aí você escreva o que você quiser. (RV)


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