São Paulo, sábado, 02 de agosto de 2008

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Presidente lança fundo e diz que Brasil quer "falar grosso" sobre a Amazônia

Rafael Andrade/Folha Imagem
O ministro Carlos Minc (Meio Ambiente), o governador Sérgio Cabral e o presidente Lula participam de evento no BNDES, no Rio, para o lançamento do Fundo Amazônia

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem, durante o lançamento do Fundo Amazônia, no Rio, que o Brasil quer "falar grosso" para defender suas responsabilidades e sua soberania sobre o território amazônico. Lula disse que o país tem consciência hoje de que adotar medidas de preservação é uma forma de impedir a retaliação de produtos brasileiros em outros países.
"Daqui a pouco aparece alguém dizendo que tem cana na Amazônia ou que são os biocombustíveis que causam problema no aumento do alimento. Não temos o direito de aceitar as mentiras", disse Lula.
Segundo o presidente, ao tomar as medidas adequadas, o país ganha o direito de transitar nos fóruns internacionais "de cabeça erguida". Lula criticou a postura adotada pelos países do G8 nas discussões sobre ambiente e classificou as reuniões como "um pouco vazias".
"Podem ficar certos de que o Brasil vai cumprir suas obrigações. Nós queremos falar grosso", disse. O presidente destacou que 85% da energia elétrica do Brasil é limpa, que há anos o país mistura 25% de álcool à gasolina e que 90% dos carros novos vendidos no país são "flex fuel". "Quem é que pode ter esse discurso no G8? Não podem ter", disse.
Lula citou dados de um centro de pesquisa americano, sem mencionar a fonte, segundo o qual os EUA responderam por 21% da emissão de gases do efeito estufa no planeta em 2005, enquanto o Brasil ficou com 3,9% do total.
O Fundo Amazônia começará com um limite de doações de US$ 1 bilhão para o primeiro ano de vigência. Segundo o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente), além da Noruega, que deverá fazer a contribuição inicial no valor de US$ 100 milhões em setembro, Alemanha e Suíça pretendem investir no fundo, além de outras três empresas nacionais.
"Isso mostra que a área ambiental está forte no governo Lula e que talvez o sacrifício da ministra Marina [Silva] para que a área ambiental voltasse a ter mais força foi bem-sucedido", afirmou Minc.
Lula elogiou a atitude do ministro de procurar os setores econômicos com atividades ligadas à floresta e tentar fechar acordos que estimulem a produção de forma sustentável. Um dos exemplos foi o aumento da oferta de madeira certificada a fim de evitar o uso da madeira ilegal.


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