São Paulo, sábado, 02 de agosto de 2008

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Em desvantagem, Kassab faz ataques a Marta e Alckmin

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Com o primeiro debate da campanha, subiu a temperatura da disputa pela Prefeitura de São Paulo. Embalado pelo confronto da véspera, o prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Gilberto Kassab (DEM) se lançou numa ofensiva contra a ex-prefeita Marta Suplicy (PT), chamando-a de "cara-de-pau".
O democrata tem 11% das intenções de voto segundo a última pesquisa Datafolha, realizada em 23 e 24 de julho, contra 36% da petista, líder das intenções de voto.
Na manhã de ontem, Kassab acusou Marta de usurpar a autoria de suas obras. Citou como exemplo o fato de a petista ter se vangloriado da informatização da saúde. "Fiquei realmente impressionado com a cara de pau da [ex-]prefeita ontem no sentido de apresentar dados que não são efetivamente compatíveis com a realidade", afirmou Kassab, dizendo esperar que Marta "não fuja" da comparação entre as duas gestões.
"É muito fácil falar que vai fazer. No início da campanha passada, ela disse que ia fazer hospitais. Não fez", provocou.
Durante caminhada, Kassab ironizou ao experimentar um par de óculos numa loja. "Precisava de um desses no debate. Enquanto a Marta falava aquelas papagaiadas, aproveitaria para dormir".
Em resposta, o coordenador da campanha de Marta, deputado Carlos Zaratini disse que o prefeito saiu do controle. "Acho que o prefeito está descontrolado. Estranho o prefeito, que é uma pessoa educada, se utilizar desses termos."
O desenho da campanha de Kassab deixa claro que não é apenas um arroubo. Segunda-feira, o prefeito desafiará a petista em seu blog. Vai comparar os números de sua gestão aos de Marta. A primeira comparação será sobre leitos hospitalares. A página informará que o prefeito-candidato criou 470 novos leitos. Marta, zero.
Mesmo polarizando com Marta, Kassab não mostra disposição de aliviar o candidato Geraldo Alckmin (PSDB), tecnicamente empatado com a petista, com 32% das intenções. Ontem, voltou a apontar o tucano como co-responsável pelos problemas de iluminação.
No debate, ao ser cobrado por Alckmin, Kassab lembrou que o tucano fora presidente do conselho de desestatização durante privatização do setor elétrico no Estado. "Ele provocou o tema. No momento que ele acha que a cidade está escura, tem responsabilidade nisso. Foi seu governo que privatizou e poderia ter feito regras mais rigorosas", disse Kassab, que, ao lado do presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia, copiou o exemplo do prefeito do Rio, Cesar Maia, e arriscou varrer uma rua da cidade.
A reação veio do coordenador da campanha tucana, o deputado federal Edson Aparecido: "Ele [Kassab] está banalizando a discussão. Parece estar mal assessorado ou mal informado ou mal intencionado em relação ao problema da iluminação pública".
Kassab não se calou. "Falta coragem ao ex-governador. Para que usar mensageiros?", alfinetou o democrata, referindo-se ao fato de Alckmin não ter respondido pessoalmente.


Colaborou a Folha Online


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