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Agricultor cobra apoio oficial
do enviado especial
A situação dos 32 agricultores da
fazenda Surpresa, no município
de Medina, espelha bem a perpetuação do subdesenvolvimento
econômico do Vale do Jequitinhonha. Nem mesmo as medidas
emergenciais de combate à seca
foram implantadas na área.
Situada às margens da BR-116, a
fazenda não tem energia elétrica.
Em 96, o Incra (Instituto Nacional
de Colonização e Reforma Agrária) desapropriou a fazenda, iniciando o processo de regularização fundiária dos posseiros que
moram no local há duas décadas.
Passados dois anos, no entanto,
os agricultores continuam morando em casas de barro e nem mesmo tiveram seus lotes demarcados. Sem obras de captação de
água e irrigação, os posseiros sobrevivem de plantações de mandioca plantadas ao redor das casas.
Tudo é manual, desde a roda de
madeira que move o moedor de
mandioca, até a secagem da farinha em forno de lenha.
Rizolino Batista Dias, 60, diz que
a produção de farinha é apenas
"um meio de não morrer de fome". Segundo ele, um saco de
aproximadamente 60 kg de farinha, equivalente à produção de
cada semana, rende no máximo
R$ 30 no mercado de Medina.
"Dizem que isso aqui é um assentamento, mas estamos vivendo
do mesmo jeito do que quando
éramos apenas posseiros."
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