São Paulo, domingo, 2 de agosto de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Agricultor cobra apoio oficial

do enviado especial

A situação dos 32 agricultores da fazenda Surpresa, no município de Medina, espelha bem a perpetuação do subdesenvolvimento econômico do Vale do Jequitinhonha. Nem mesmo as medidas emergenciais de combate à seca foram implantadas na área.
Situada às margens da BR-116, a fazenda não tem energia elétrica. Em 96, o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) desapropriou a fazenda, iniciando o processo de regularização fundiária dos posseiros que moram no local há duas décadas.
Passados dois anos, no entanto, os agricultores continuam morando em casas de barro e nem mesmo tiveram seus lotes demarcados. Sem obras de captação de água e irrigação, os posseiros sobrevivem de plantações de mandioca plantadas ao redor das casas.
Tudo é manual, desde a roda de madeira que move o moedor de mandioca, até a secagem da farinha em forno de lenha.
Rizolino Batista Dias, 60, diz que a produção de farinha é apenas "um meio de não morrer de fome". Segundo ele, um saco de aproximadamente 60 kg de farinha, equivalente à produção de cada semana, rende no máximo R$ 30 no mercado de Medina.
"Dizem que isso aqui é um assentamento, mas estamos vivendo do mesmo jeito do que quando éramos apenas posseiros."



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.