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DATAFOLHA
Maioria acredita que dinheiro provém de desvio de verbas públicas
Maluf tem conta em Jersey,
dizem 73% dos paulistanos
DA REDAÇÃO
Pesquisa Datafolha realizada
anteontem no município de São
Paulo revela que 73% dos paulistanos acreditam que o ex-prefeito
da cidade Paulo Maluf possui
uma conta na ilha de Jersey (paraíso fiscal no canal da Mancha).
Porém o impacto eleitoral desse
fato é relativamente pequeno: em
um dos cenários da eleição para
governador em 2002, Maluf caiu
quatro pontos (de 22% para 18%);
em outro, oscilou negativamente
dois pontos (de 22% para 20%). A
margem de erro da pesquisa é de
três pontos percentuais.
O Datafolha ouviu 1.069 pessoas
acima de 16 anos no município de
São Paulo. De acordo com o levantamento, só 12% dos entrevistados acham que Maluf não possui nenhuma conta na ilha de Jersey; 16% não souberam opinar.
Para 74% dos entrevistados, o
dinheiro depositado em Jersey
(US$ 200 milhões, segundo apurou a Folha) provém do desvio de
verbas públicas. Na opinião de
12%, o dinheiro é proveniente de
negócios e empreendimentos
pessoais do ex-prefeito de São
Paulo. Para 1%, o dinheiro tem
duas origens (desvio de verbas
públicas e negócios pessoais).
A maior parte do eleitorado tomou conhecimento do caso: 29%
se consideram bem informados,
41% afirmam estar mais ou menos informados, e 11%, mal informados. Ao todo, 82% dizem ter
tomado conhecimento das acusações, contra 18% que as ignoram.
Embora a existência da conta
seja contestada por apenas 12%
dos entrevistados, praticamente
um quarto dos paulistanos (24%)
afirma que Paulo Maluf está sendo vítima de perseguição política.
Desses, 55% votaram no pepebista no segundo turno da eleição
municipal do ano passado.
Essa proporção constitui o eleitorado tradicional do ex-prefeito.
Questionados sobre suas intenções de voto, exatamente 24% disseram que votariam com certeza
em Maluf para prefeito, e outros
13% afirmaram que talvez votassem nele.
Essas taxas quase não mudam
se a eleição fosse para governador
(23% votariam em Maluf com
certeza, e 14% talvez votassem nele) e caem um pouco caso o pepebista disputasse a Presidência
(18% votariam nele com certeza, e
13% talvez o escolhessem).
Os números da pesquisa não estão distantes das votações obtidas
pelo ex-prefeito no ano passado.
Na eleição municipal de 2000, o
pepebista teve 17,4% dos votos
válidos (excluídos os nulos e os
brancos) no primeiro turno. No
segundo turno, alcançou 41,5%.
A pesquisa indica que 41% afirmam que já votaram em Maluf, e
1% dos eleitores votam nele em
todos os pleitos. Outros 6% não
sabem ou não lembram de terem
votado no ex-prefeito. Mais da
metade do eleitorado (52%) diz
nunca ter votado no pepebista.
Apesar disso, o eleitorado potencial de Maluf diminuiu um
pouco em relação ao final do ano
passado -antes da divulgação de
que o ex-prefeito tem dinheiro
depositado em Jersey (em 10 de
junho deste ano). Em 8 de novembro de 2000, 30% dos paulistanos
diziam que com certeza votariam
em Maluf para prefeito; essa taxa
caiu agora para 24%. Numa eleição para governador, essa proporção caiu de 30% para 23% e,
numa eleição para presidente, diminuiu de 23% para 18%.
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