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APARELHAMENTO
Ministério Público recomenda que órgão suspenda indicação para cargos por não respeitar critérios técnicos
Procuradoria questiona 20 nomes dos Correios
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério Público Federal recomendou aos Correios que anulem a nomeação de 20 pessoas para cargos de diretor-regional, diretor-regional-adjunto e coordenador-regional. De acordo com o
Ministério Público, as nomeações
não seguiram os critérios técnicos
estabelecidos no PCCS (Plano de
Carreiras, Cargos e Salários) e no
Manual de Pessoal da empresa.
Esses regulamentos estabelecem que os diretores regionais
precisam ter cinco anos de experiência gerencial ou de assessoramento na empresa e nível universitário. De acordo com a recomendação do Ministério Público,
esses critérios não foram seguidos. As nomeações foram feitas
na gestão de Airton Dipp (PDT-RS), que ocupa a presidência dos
Correios desde fevereiro.
O Ministério Público informou,
em sua recomendação, que os
Correios são "órgão integrante da
administração pública indireta [é
uma estatal subordinada ao Ministério das Comunicações, ocupado por Miro Teixeira (PDT-RJ)] devendo, por isso, obedecer
ao princípio da legalidade, bem
como aos princípios da impessoalidade e da moralidade".
O Ministério Público recomenda que as nomeações sejam desfeitas para "prevenir responsabilidades" e "salvaguardar a probidade administrativa".
As nomeações foram feitas para
diretorias no Amazonas, Pará,
Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Mato
Grosso, Santa Catarina, Rondônia
e Acre. Um diretor-regional dos
Correios ganha entre R$ 4.000 e
R$ 6.000 conforme a região.
A recomendação do Ministério
Público foi tomada no dia 13 de
agosto e publicada no "Diário da
Justiça" no dia 25 de agosto. No
texto, os procuradores Eliana Pires Rocha e Ronaldo Pinheiro de
Queiroz explicam que os cargos
de diretor-regional são de responsabilidade de decisão da diretoria
colegiada dos Correios. Cabe ao
presidente da empresa assinar a
portaria que designa os nomeados pela diretoria para as funções.
Dessa forma, segundo os procuradores, o presidente da empresa
não poderia nomear para os cargos pessoas que não atendessem
os critérios técnicos.
O governo Lula enfrenta críticas
por "aparelhamento" -nomeações de pessoas ligadas ao partido
ou a legendas aliadas em vez de
técnicos habilitados para funções
importantes na administração federal. Levantamento publicado
pela Folha anteontem revelou
que 64,5% dos cargos de direção
na área de saúde estão com pessoas ligadas ao PT ou a aliados.
Na saúde, a crise das nomeações
políticas levou ao pedido de demissão coletiva de cinco integrantes da diretoria-executiva do Inca
(Instituto Nacional do Câncer). A
crise acabou levando ao pedido
de demissão do presidente do Inca, Jamil Haddad (PSB).
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