São Paulo, quarta-feira, 02 de setembro de 2009

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SENADO

Depoimento de técnicos do TCU provoca 1º embate na CPI

FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O depoimento de técnicos do TCU (Tribunal de Contas da União) sobre auditorias feitas na refinaria Abreu e Lima (PE) gerou o primeiro embate direto entre governistas e oposicionistas na CPI da Petrobras.
Os auditores André Delgado e André Mendes informaram que a própria estatal reconheceu sobrepreço de R$ 64 milhões nas obras. Eles mostraram que a Petrobras está renegociando ao menos dois contratos de itens comprados a valor bem acima do mercado. Na execução da obra, alguns valores ficaram até 321% maiores que os previstos e outros mais baratos.
Segundo André Mendes, o consórcio vencedor ficaria hoje com um sexto lugar se analisados os valores dos itens já executados.
Os líderes governistas Romero Jucá (PMDB-RR), relator da CPI, e Ideli Salvatti (PT-SC), tentaram desqualificar os critérios usados pelos auditores ao apontar as irregularidades. Eles alegaram que o TCU segue uma legislação que não se aplica a uma empresa de economia mista como a Petrobras.
Tasso Jerreissati (PSDB-PE) comparou a estratégia ao julgamento da denúncia contra o ex-ministro Antonio Palocci (PT-SP) por quebra do sigilo fiscal do caseiro Francenildo Costa. Palocci foi inocentado. "É despropositada a tentativa de jogar para o TCU a responsabilidade pelas irregularidades", disse.
Alvaro Dias (PSDB-PR) revelou que a estatal contratou para rebater a fiscalização a mesma empresa que fez o orçamento inicial para as obras da sede do TRT em São Paulo, onde houve desvio de recursos nos anos 90.
O dono da empresa, Mário Sérgio Pini, disse que o trabalho da companhia não tem relação com a execução das obras do TRT e da refinaria. A Petrobras questiona no TCU as falhas apontadas.


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