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SÃO PAULO
Luiza Erundina (PSB) declara apoio à candidata petista; Geraldo Alckmin, do PSDB, liderou durante a maior parte da apuração, mas perdeu para pepebista e ficou fora da reta final
Marta e Maluf disputam segundo turno
DA REPORTAGEM LOCAL
A candidata do PT à prefeitura
paulistana, Marta Suplicy, e candidato do PPB, Paulo Maluf, vão
disputar o 2º turno em São Paulo.
Maluf e Geraldo Alckmin
(PSDB) disputaram voto a voto
quem iria enfrentar a petista. O
tucano chegou a ficar 17 mil votos
na frente do pepebista, mas, à medida que a apuração avançava
noite adentro, a diferença entre os
dois foi diminuindo.
Com 98,55% das urnas apuradas, Maluf estava com uma vantagem de 6.505 votos em relação a
Alckmin. Marta tinha 37,95%,
Maluf, 17,39%, e Alckmin,
17,27%.
Faltavam 210 urnas para apurar,
sendo que 167 eram de Cidade
Adhemar, reduto malufista.
Por volta das 23h, com pouco
mais de 90% dos votos apurados,
Maluf ultrapassou Alckmin.
O comando de campanha petista, reunido na casa de Marta, nos
Jardins, comemorou com gritos
quando Maluf ultrapassou Alckmin. A alta rejeição de Maluf é
considerada pelo PT um trunfo
no segundo turno.
Apoio de Erundina
A candidata do PSB, Luiza
Erundina, anunciou ontem que
pretende apoiar Marta. O anúncio
ocorreu às 20h, três horas depois
de encerrada a votação.
"Recomendo o voto em Marta,
mas a intensidade do apoio vai
depender de questões programáticas", disse Erundina, afirmando
que só será uma "militante" se o
PT aceitar incorporar algumas de
suas propostas em seu programa.
Erundina não descartou integrar um eventual governo petista,
mas disse que essa será uma decisão do seu partido e que ela não
procurará o PT.
"Eles devem me procurar, porque por enquanto a Marta até desqualificou as minhas declarações
de apoio, acreditando que ia ganhar no primeiro turno."
Segundo Erundina, pouco antes
da entrevista o senador Eduardo
Suplicy havia deixado recados
com assessores dizendo que precisava conversar com ela.
Membros do PPS, partido que
indicou o vice de Erundina,
Emerson Kapaz, também já declararam apoio à petista.
O apoio do PPS foi dado por Irma Passoni, presidente do diretório municipal da sigla. "Era é uma
resolução da direção municipal
declarar de imediato o voto na
Marta, uma vez que Erundina, como indicam as pesquisas, não irá
ao segundo turno", afirmou Passoni, que disse não ter consultado
Kapaz nem Erundina. Kapaz disse que espera uma reunião do PPS
para anunciar sua decisão.
"Dizer o que eles vão decidir extrapola minha competência, mas
vamos tentar um acordo entre todos os partidos da coligação", disse Erundina, sinalizando a possibilidade de levar consigo, além do
PSB e do PPS, o PDT e o PMN.
O PT espera contar com o apoio
e o voto do presidente Fernando
Henrique Cardoso no segundo
turno. O senador Eduardo Suplicy, marido de Marta, disse ontem à noite, após conhecer o resultado do primeiro turno, que "a
tendência natural de FHC é recomendar o voto em Marta".
A candidata petista disse ontem
que vai atrás das "forças progressistas da sociedade para obter
apoio no segundo turno".
A petista votou às 9h20, no Colégio Madre Alix, no Jardim Paulistano (região sudoeste de São
Paulo). Após a votação, acompanhada pelo marido e pela sogra,
Filomena Suplicy, 92, Marta caminhou até a Igreja São José.
Lá, cada um dos três acendeu
uma vela branca de sete dias, em
frente à imagem de São José, o padroeiro dos operários. Marta visitou quatro escolas ontem -duas
na zona sul e duas na zona leste.
Em todos os locais por onde
passou, foi recebida por grande
número de militantes. Marta fez
discursos para mais de 150 pessoas nas escolas Beatriz Quadros
Lemos, no Capão Redondo, e Cidade de Hiroshima, em Itaquera,
onde foi recebida com fogos.
A petista afirmou que o governador Mário Covas tem uma dívida com seu partido. "Eu o apoiei
em 98 e isso ajudou sua vitória."
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