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PSB
Candidata não esconde decepção
Erundina acreditava em virada nas urnas
SÍLVIA CORRÊA
FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL
"Não vou fazer jogo do contente. Esperava um resultado melhor. Não vou dizer que não estou
triste, decepcionada, pois estaria
mentindo. Mas a decisão da
maioria tem de ser respeitada.
Queria estar no segundo turno.
Empenhei-me para isso, mas perder não é uma tragédia."
Foi assim que a candidata do
PSB à Prefeitura de São Paulo,
Luiza Erundina, admitiu a derrota nas eleições municipais paulistanas três horas depois de encerrada a votação na cidade, anunciando que recomendará o voto
na petista Marta Suplicy.
Erundina, que passou o dia das
eleições visitando redutos eleitorais na periferia, reafirmou durante toda a caminhada que as urnas desmentiriam as pesquisas
que não a colocavam com chances de ir ao segundo turno.
"Vamos ver o que dará a última
pesquisa, que são as urnas. A confiança é grande, mas estou pronta
para qualquer resultado", disse
ela, no começo da manhã.
"Quando disse a vocês que acreditava no segundo turno, não estava fantasiando, sonhando. Senti
isso mesmo", completou a candidata durante a coletiva, à noite.
Às 18h, Erundina recusou-se a
comentar os primeiros resultados
das pesquisas de boca-de-urna,
afirmando que aguardava uma
posição oficial da Justiça Eleitoral.
"Sinto que as pessoas gostam de
mim, têm carinho e respeito, mas
a simpatia não se reverteu em votos", justificou Erundina, afirmando que uma dos problemas
da campanha foi a "falta de recursos de um partido em formação,
que está se credenciando como
força política no Estado".
"É difícil concorrer com partidos que têm dinheiro, têm experiência de militância, têm a máquina. Fizemos milagre nessa
precariedade", afirmou.
Erundina lamentou a performance do pepebista Paulo Maluf,
afirmando que "ele representa o
que há de mais atrasado na política", mas avaliou que a esquerda
sai fortalecida da disputa.
A candidata acordou às 6h30 e
assistiu à missa das 8h, no Convento das Carmelitas, na avenida
Jabaquara, em Mirandópolis.
"Sempre vou à missa quando tenho vontade ou necessidade interior", afirmou no caminho.
No percurso, pessoas acenavam
da janela de um ônibus. "Cadê o
Ibope?", perguntava a candidata.
"Vai ser voto no voto. Os pobres
vão fazer a diferença."
Ela foi votar às 11h50 na Escola
Estadual Rui Bloem, em Mirandópolis, com o candidato a vice,
Emerson Kapaz. Nervosa, errou
ao começar a digitar os números.
Disse que ficara emocionada ao
votar em sua irmã, Lurdinha
Erundina, candidata a vereadora
pelo PSB. Ficou apenas quatro
minutos na seção.
Depois, passou por escolas na
Saúde, em Ermelino Matarazzo e
no Campo Limpo. Ouviu críticas
e elogios. Começou à noite sozinha em casa, ouvindo música.
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