São Paulo, quarta-feira, 02 de outubro de 2002

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JANIO DE FREITAS

A questão

Grudou ou não grudou, eis a questão. Quem supôs que estivessem afinal superadas, com o ato conjunto de campanha em Minas, as dúvidas de Fernando Henrique e José Serra quanto a se mostrarem como uma unidade eleitoral, ontem pôde ouvir um dos anúncios da campanha de Serra para os dias finais. Começa assim:
Voz de Serra - "Meu governo vai ser bem diferente do atual em duas questões: desemprego e violência".
A propaganda produzida para Serra chegará à eleição tal como começou há sete meses: em dúvida sobre o que deva ser.

Novo rumo
O PDT não está esperando por conversações com o PT para mover-se em direção a Lula da Silva.
Conversações prováveis ou já em andamento são relativas à disputa no Rio Grande do Sul e no Paraná.

O autor
Não é mais do que ridícula a insistência de Pedro Malan em cobrar a permanência de Armínio Fraga no próximo governo e a composição de toda a equipe econômica logo após as eleições. Como José Serra não preocupa o "mercado" nem o FMI, é evidente que a cobrança se dirige a Luiz Inácio Lula da Silva.
Além de tola presunção de se meter em território alheio, Pedro Malan está desprovido de autoridade, seja ela de que tipo for, para falar sobre o que deva ser feito.
Enquanto Malan repetia em Washington o seu xarope verbal, por aqui divulgavam-se (bem discretamente, é verdade) alguns dos últimos dados da situação nacional. O consumo das famílias desce ao menor nível em sete anos, o investimento está em queda, o PIB mal chega a 0,14%. O nome dessa situação brasileira é estagnação.
É o que Pedro Malan oferece ao país em oito anos como ministro da Fazenda.

Complemento
Duas frases de Fernando Henrique Cardoso de volta à verborragia:
"O grande problema brasileiro é a Previdência" / "O governo não pôde fazer a reforma tributária".
Muito interessante. Em oito anos, Fernando Henrique nada fez para solucionar o "grande problema". E "não pôde fazer" a reforma tributária porque bloqueou todas as tentativas do Congresso nesse sentido, como está documentado.

Caso sério
Para as próximas eleições, seria muito conveniente a adoção de regras verdadeiramente rígidas, incluindo fiscalização plena, para as pesquisas eleitorais feitas com patrocínio financeiro. Não importa se patrocínio de confederação empresarial, banco ou empresa da mídia.



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