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JANIO DE FREITAS
A questão
Grudou ou não grudou, eis
a questão. Quem supôs que
estivessem afinal superadas,
com o ato conjunto de campanha em Minas, as dúvidas de
Fernando Henrique e José Serra quanto a se mostrarem como uma unidade eleitoral, ontem pôde ouvir um dos anúncios da campanha de Serra para os dias finais. Começa assim:
Voz de Serra - "Meu governo vai ser bem diferente do
atual em duas questões: desemprego e violência".
A propaganda produzida para Serra chegará à eleição tal
como começou há sete meses:
em dúvida sobre o que deva
ser.
Novo rumo
O PDT não está esperando
por conversações com o PT para mover-se em direção a Lula
da Silva.
Conversações prováveis ou já
em andamento são relativas à
disputa no Rio Grande do Sul e
no Paraná.
O autor
Não é mais do que ridícula a
insistência de Pedro Malan em
cobrar a permanência de Armínio Fraga no próximo governo e a composição de toda a
equipe econômica logo após as
eleições. Como José Serra não
preocupa o "mercado" nem o
FMI, é evidente que a cobrança
se dirige a Luiz Inácio Lula da
Silva.
Além de tola presunção de se
meter em território alheio, Pedro Malan está desprovido de
autoridade, seja ela de que tipo
for, para falar sobre o que deva
ser feito.
Enquanto Malan repetia em
Washington o seu xarope verbal, por aqui divulgavam-se
(bem discretamente, é verdade) alguns dos últimos dados
da situação nacional. O consumo das famílias desce ao menor nível em sete anos, o investimento está em queda, o PIB
mal chega a 0,14%. O nome
dessa situação brasileira é estagnação.
É o que Pedro Malan oferece
ao país em oito anos como ministro da Fazenda.
Complemento
Duas frases de Fernando
Henrique Cardoso de volta à
verborragia:
"O grande problema brasileiro é a Previdência" / "O governo não pôde fazer a reforma
tributária".
Muito interessante. Em oito
anos, Fernando Henrique nada fez para solucionar o "grande problema". E "não pôde fazer" a reforma tributária porque bloqueou todas as tentativas do Congresso nesse sentido,
como está documentado.
Caso sério
Para as próximas eleições, seria muito conveniente a adoção de regras verdadeiramente
rígidas, incluindo fiscalização
plena, para as pesquisas eleitorais feitas com patrocínio financeiro. Não importa se patrocínio de confederação empresarial, banco ou empresa da
mídia.
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