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PSB estuda pedir reforço do Exército para votação no Rio
DO ENVIADO ESPECIAL A PERNAMBUCO
E DA AGÊNCIA FOLHA
O PSB estuda pedir ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) o reforço do Exército para garantir a segurança da votação no Rio no
próximo dia 6. Segundo o comando da campanha de Anthony Garotinho, somados os colégios eleitorais de Rio e São Paulo, o presidenciável teria 600 mil votos a
mais que José Serra (PSDB).
Qualquer distúrbio no Rio, como o ocorrido anteontem, quando lojas e colégios da cidade fecharam, poderá, de acordo com
assessores do candidato, prejudicar a ida de Garotinho ao segundo
turno, com o risco de esvaziamento de zonas eleitorais, principalmente nas regiões onde o ex-governador é forte, como a Baixada Fluminense e zona oeste.
Neste caso, os socialistas prevêem dois cenários: a vitória de
Lula (PT) no primeiro turno ou a
ida de Serra para o segundo turno. No Rio, segundo o Datafolha,
Lula tem 39% das intenções de
voto e Garotinho, 36%.
"Não descartamos a possibilidade de pedir à Justiça Eleitoral
que convoque o Exército para garantir a votação. Tememos que
possa haver novos distúrbios como o que ocorreu ontem [anteontem" ou mesmo blecaute em locais onde nosso candidato é forte", disse o vice-presidente nacional do PSB, Roberto Amaral.
A decisão de pedir a convocação
do Exército, porém, será tomada
em conjunto com a coordenação
da campanha de Rosinha Matheus (PSB), candidata ao governo do Estado do Rio. Ontem, assessores de Rosinha ficaram responsáveis por fazer uma minuciosa avaliação da situação no
Rio, para depois discutir qual será
a ação da direção do PSB.
Garotinho esteve em Recife e
em cinco cidades pernambucanas. Participou de shows gospel e
de eventos com evangélicos. Em
um almoço em Recife, disse a cerca de 800 pessoas ter sido vítima
de discriminação religiosa.
O ex-governador criticou Serra
e Lula. Ironizou a proposta do filósofo Roberto Mangabeira Unger, que em artigo à Folha ontem,
defendeu a renúncia de Garotinho e Ciro Gomes (PPS) em favor
de um aliança em torno de Lula já
no primeiro turno. "Entendo que,
na candidatura de Ciro, ele possa
opinar. Sobre a minha candidatura, ele não pode opinar, porque
não pertence a ele", disse.
Sobre Lula, Garotinho disse que
o petista é o "plano de Wall
Street" para o Brasil, papel que,
segundo ele, era ocupado antes
por Ciro. Ele voltou a pregar o voto útil dos eleitores ciristas na sua
candidatura, para impedir que "o
senhor Serra malvadeza" vá para
o segundo turno. Ele disse que o
TSE e seu presidente, Nelson Jobim, estariam beneficiando Serra,
porque, segundo ele, o tribunal
não acatou o direito de resposta,
pedido pelo PSB, contra inserções
do tucano, sem assinatura, que o
criticam. "O TSE age como se fosse o Tribunal Serrista Eleitoral,
mas deveria agir como Tribunal
Superior Eleitoral."
(MURILO FIUZA DE MELO e FÁBIO GUIBU)
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