São Paulo, quarta-feira, 02 de outubro de 2002

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PSB estuda pedir reforço do Exército para votação no Rio

DO ENVIADO ESPECIAL A PERNAMBUCO
E DA AGÊNCIA FOLHA

O PSB estuda pedir ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) o reforço do Exército para garantir a segurança da votação no Rio no próximo dia 6. Segundo o comando da campanha de Anthony Garotinho, somados os colégios eleitorais de Rio e São Paulo, o presidenciável teria 600 mil votos a mais que José Serra (PSDB).
Qualquer distúrbio no Rio, como o ocorrido anteontem, quando lojas e colégios da cidade fecharam, poderá, de acordo com assessores do candidato, prejudicar a ida de Garotinho ao segundo turno, com o risco de esvaziamento de zonas eleitorais, principalmente nas regiões onde o ex-governador é forte, como a Baixada Fluminense e zona oeste.
Neste caso, os socialistas prevêem dois cenários: a vitória de Lula (PT) no primeiro turno ou a ida de Serra para o segundo turno. No Rio, segundo o Datafolha, Lula tem 39% das intenções de voto e Garotinho, 36%.
"Não descartamos a possibilidade de pedir à Justiça Eleitoral que convoque o Exército para garantir a votação. Tememos que possa haver novos distúrbios como o que ocorreu ontem [anteontem" ou mesmo blecaute em locais onde nosso candidato é forte", disse o vice-presidente nacional do PSB, Roberto Amaral.
A decisão de pedir a convocação do Exército, porém, será tomada em conjunto com a coordenação da campanha de Rosinha Matheus (PSB), candidata ao governo do Estado do Rio. Ontem, assessores de Rosinha ficaram responsáveis por fazer uma minuciosa avaliação da situação no Rio, para depois discutir qual será a ação da direção do PSB.
Garotinho esteve em Recife e em cinco cidades pernambucanas. Participou de shows gospel e de eventos com evangélicos. Em um almoço em Recife, disse a cerca de 800 pessoas ter sido vítima de discriminação religiosa.
O ex-governador criticou Serra e Lula. Ironizou a proposta do filósofo Roberto Mangabeira Unger, que em artigo à Folha ontem, defendeu a renúncia de Garotinho e Ciro Gomes (PPS) em favor de um aliança em torno de Lula já no primeiro turno. "Entendo que, na candidatura de Ciro, ele possa opinar. Sobre a minha candidatura, ele não pode opinar, porque não pertence a ele", disse.
Sobre Lula, Garotinho disse que o petista é o "plano de Wall Street" para o Brasil, papel que, segundo ele, era ocupado antes por Ciro. Ele voltou a pregar o voto útil dos eleitores ciristas na sua candidatura, para impedir que "o senhor Serra malvadeza" vá para o segundo turno. Ele disse que o TSE e seu presidente, Nelson Jobim, estariam beneficiando Serra, porque, segundo ele, o tribunal não acatou o direito de resposta, pedido pelo PSB, contra inserções do tucano, sem assinatura, que o criticam. "O TSE age como se fosse o Tribunal Serrista Eleitoral, mas deveria agir como Tribunal Superior Eleitoral." (MURILO FIUZA DE MELO e FÁBIO GUIBU)



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