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São Paulo, quinta-feira, 02 de outubro de 2003

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PAINEL

Fogo amigo
A Procuradoria Geral da República recebeu representação contra o governo Lula sob a alegação de que a União destinou no Orçamento-2004 menos recursos à saúde do que manda a Constituição. Detalhe: o texto é assinado por um deputado petista: Roberto Gouveia.

Barreira orçamentária
O ex-petista Eduardo Jorge (hoje no PV) também referenda a representação contra o governo Lula. No texto, pede-se que a procuradoria acione a União no Supremo assim que o Congresso aprovar o Orçamento. A fim de impedir sua execução.

Recado sutil
O governador Lúcio Alcântara (PSDB-CE) presenteou José Dirceu (Casa Civil) com um quadro onde há uma frase em latim com a seguinte tradução: "Agir fortemente, com modos suaves".

Promoção pessoal
O Tribunal de Contas da União condenou a direção da Petrobras (gestão FHC) por desvio de finalidade em propaganda dos oito anos do Real. Francisco Gros, ex-presidente da estatal, foi multado em R$ 20 mil. A Caixa Econômica Federal fora punida pelo mesmo motivo.

Sem propaganda
A Globo vetou acordo pelo qual João Paulo (Câmara) apareceria amanhã em cinco inserções comerciais ao longo da programação para falar das reformas, em vez do tradicional pronunciamento em cadeia.

Outra canoa
Presidente do PL, Valdemar Costa Neto mandou o seguinte recado aos seus vereadores em SP: "Quem quiser apoiar a Marta deve deixar o partido".

Cesta petebista
Oscar Schmidt, ex-jogador de basquete e candidato derrotado ao Senado na eleição de 98 (obteve cerca de 5, 7 mi de votos), filiou-se discretamente ontem ao PTB de Campos Machado.

Sinal amarelo
Relatório do governo Alckmin mostra que as despesas com pessoal nos últimos 12 meses continuam acima do limite prudencial previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (46,96% da receita líquida contra 46,55%). Ou seja, SP não pode contratar nem conceder aumento salarial.

Economia parada
O sinal amarelo de SP acendeu em abril, quando atingiu-se 48,01%, e Alckmin ainda não conseguiu normalizar as despesas com pessoal. A culpa seria da queda da arrecadação: 14,1% em relação aos oito primeiros meses de 2002 (descontada a inflação).

Registro histórico
Foi a dupla José Dirceu e Frei Betto que demoveu Lula de fazer menção pública em Cuba aos direitos humanos, como queria o Itamaraty. O ministro e o assessor convenceram o presidente a dar conselhos privados a Fidel.

Óculos escuros
Ao se encontrar com Ciro Gomes ontem, Roberto Requião (PMDB-PR) não titubeou: "Em 2010, vamos nos unir para ocupar o Planalto e o Jaburu". No PT, porém, muita gente acha que o governador olha mesmo é para 2006, enxergando-se como o candidato à esquerda de Lula.

Seguro de si
Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) é mesmo um otimista. O contrato de aluguel da sua casa em Brasília foi assinado por um prazo de quatro anos.

Proteção humanitária
O Ministério da Justiça e a Secretaria da Justiça de SP assinam na próxima semana acordo para a criação de escritório especial para o combate ao tráfico de mulheres. Com verba da ONU.

Visita à Folha
Persio Arida, economista e ex-presidente do Banco Central, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço.

TIROTEIO

Do deputado Doutor Rosinha (PT-PR), sobre a filiação do ex-governador do Paraná Jaime Lerner ao PSB-RJ:
-Transgenia é o Lerner se mudar para o Rio e para o PSB. Transformar-se de liberal em socialista em questão de minutos é modificação genética.

CONTRAPONTO

Eclipse no Senado

Aécio Neves (PSDB) deixou a reunião de Lula com os governadores antes do final para se encontrar com senadores tucanos. No Congresso, foi cercado por políticos de outros partidos que queriam cumprimentá-lo.
O mineiro se livrou dos abraços e trancou-se na sala com os tucanos. Mas a reunião foi interrompida por Sérgio Cabral (PMDB-RJ), que logo saiu.
Em seguida, Pedro Simon (PMDB-RS) chegou. Para não interromper a reunião de novo, os tucanos deixaram que ele ficasse. Mas Simon logo percebeu que só havia peessedebistas na sala. O gaúcho ia saindo sem falar com ninguém quando foi abordado por Eduardo Siqueira Campos (PSDB-TO):
-Senador, o senhor parece o Rodrigo Santoro no filme "As Panteras". Entrou mudo e saiu calado. Fale alguma coisa!
Constrangido, Simon soltou um protocolar "foi um prazer".


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