DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do Consea (Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional), o sindicalista Luiz Marinho, afirmou que a "expectativa" dos produtores de o governo aderir a uma política de apoio à agricultura familiar "está cedendo lugar à decepção". A crítica foi feita em carta aberta enviada ontem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo Marinho, o Consea está preocupado com a morosidade das instituições financeiras em liberar recursos do Plano Safra para a agricultura familiar. Dos R$ 5,4 bilhões anunciados por Lula para este ano, foram liberaram R$ 508 milhões até anteontem.
No dia em que anunciou o plano, Lula disse que o principal objetivo era fazer os recursos chegarem mais rapidamente às mãos dos produtores: "Se esse dinheiro não circular no tempo certo, alguém vai dançar".
"A operação está muito lenta. Queremos que o presidente cobre do Banco do Brasil e do Banco Central a atenção devida", afirmou Marinho. Para ele, sem uma intervenção direta de Lula junto às instituições financeiras, não será possível cumprir o que foi prometido pelo próprio presidente aos agricultores.
Em uma segunda carta, Marinho manifestou o "desconforto" da comissão por ter ficado alijada das discussões sobre a liberação da soja transgênica.
A assessoria do Ministério do Desenvolvimento Agrário informou que a liberação de crédito está ocorrendo. Disse que no Nordeste e no Norte, por exemplo, as operações estão três vezes mais rápidas do que no governo anterior. (LILIAN CHRISTOFOLETTI)


Texto Anterior: Presidente quer divulgar ações do Fome Zero
Próximo Texto: Conflito agrário: MST bloqueia estrada para exigir alimentos do Fome Zero em MT
Índice