|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
STF derruba liminar que parava ações de cassação
56 processos contra políticos no TSE tinham sido suspensos
FELIPE SELIGMAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O plenário do STF (Supremo
Tribunal Federal) derrubou
ontem, por 6 votos a 4, liminar
concedida pelo ministro Eros
Grau que havia suspendido 56
processos de cassação de mandato em curso no Tribunal Superior Eleitoral contra governadores, deputados federais e
senadores que foram propostos
diretamente naquela corte.
Com a decisão, os processos
que estavam paralisados voltam a tramitar normalmente
no TSE. O Supremo ainda votará o mérito dessa questão, mas
não existe data marcada.
Os ministros julgaram uma
ação proposta pelo PDT, que
questionava a possibilidade de
recorrer diretamente ao TSE
para cassar o mandato de governadores, senadores e deputados. Numa tentativa de reverter a cassação do ex-governador do Maranhão Jackson
Lago, o partido alegava que fere
a Constituição o fato de um político ser cassado sem ter sido
julgado em primeira instância
-o caso dele não foi julgado pelo Tribunal Regional Eleitoral
do Maranhão.
A decisão que foi revogada
previa a suspensão apenas dos
processos em tramitação, não
tendo efeito naqueles que já haviam sido julgados.
Estavam paralisados processos de quatro governadores:
Marcelo Déda (PT-SE), Ivo
Cassol (sem partido-RO), José
de Anchieta Júnior (PSDB-RR)
e Roseana Sarney (PMDB-MA). Os julgamentos ainda não
têm data para ocorrer.
Votaram pela revogação da
liminar os ministros Carlos Ayres Britto, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Joaquim Barbosa, Celso de Mello e
Ellen Gracie. Eles argumentavam que a previsão do recurso
direto ao TSE é fruto de jurisprudência de mais de 40 anos e
que qualquer mudança poderia
colocar em risco a segurança
jurídica de que os casos sejam
julgados até o fim do mandato.
"Imagine: se o recurso começar lá nos Tribunais Regionais
Eleitorais ele também vai ter
que passar pelo crivo do TSE.
Se devolvermos os processos
para os TREs basta lembrar
que os processos contra os governadores não vão ser julgados nesta legislatura", afirmou
ontem Ayres Britto.
Já os ministros Eros Grau,
Cezar Peluso, Marco Aurélio
Mello e Gilmar Mendes defenderam a manutenção da liminar até o julgamento do mérito.
Marco Aurélio defendeu que
os processos fossem enviados
aos TREs e continuassem tramitando, em vez de ficarem
suspensos. Os demais apoiaram a tese de Eros Grau que, ao
conceder a liminar no último
dia 14 de setembro, determinou
a paralisação de tais recursos.
Segundo ele o caso é relevante e
"projeta graves repercussões
no que concerne à situação de
mandatários eleitos".
Texto Anterior: Janio de Freitas: As concorrências do dia Próximo Texto: Empresa de José Alencar sofre investigação Índice
|