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Presidente defende austeridade
dos enviados especiais a Santiago
O presidente Fernando Henrique Cardoso prometeu ontem
manter o controle dos gastos públicos no ano eleitoral de 98 e disse
que a austeridade fiscal é a única
política que "faz bem ao povo".
"Creio que, se há algo que rende
votos -essa é a novidade- é dizer: 'Eu não vou gastar"', disse o
presidente, candidato à reeleição.
FHC citou resistências até do governador Mário Covas (SP), que
abriu uma crise no PSDB ao desistir da reeleição. O presidente falou
sobre a dificuldade de convencer
governadores a privatizar bancos
estaduais, em especial o Banespa.
"O governo de São Paulo e a Assembléia podem resistir a isso."
Mas emendou: "Por sorte, o governador finalmente compreendeu que era necessário".
FHC discursou em espanhol para empresários chilenos e brasileiros. Preocupou-se em esclarecer
que as contas públicas, deficitárias, dizem respeito não só à
União, mas a Estados e municípios. Prometeu manter em 98 o
mesmo aperto nas contas promovido até aqui. "Não devemos encarar 98 como, em consequência
das eleições, um ano de diminuição do controle. Pelo contrário."
"Essa política de austeridade é a
única que faz bem ao povo. O povo
sabe disso porque sente depois que
não há inflação", completou.
Ele voltou a cobrar a aprovação
das reformas pelo Congresso para
resolver a crise fiscal. FHC elogiou
o Senado por ter cortado privilégios previstos na reforma da Previdência aprovada na Câmara. "Espero que os deputados mudem de
opinião", disse. O texto aprovado
no Senado voltará à Câmara.
O presidente criticou a criação
de municípios no país. "Temos
mais de 5.000. Não sei quantos são,
porque se criam municípios como
se fosse a primavera. Brotam municípios. Mas, na primavera, depois vêm as flores. Com os municípios, não: vêm as dívidas."
Depois, em audiência com empresários brasileiros, foi mais incisivo ao falar de gastos e reformas:
"Tenho a impressão de que, muitas vezes, o Congresso não percebe
a dimensão das decisões que está
tomando ou não."
(AG e GP)
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