São Paulo, quarta-feira, 02 de novembro de 2005

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PAINEL

Linha direta
Um auxiliar de Lula diz que a pressão para que o governo interferisse na liquidação do Mercantil de Pernambuco de fato ocorreu, mas, no que se refere ao presidente, não partiu de Marcos Valério. "Doutor Armando nunca precisou de intermediários para falar com o presidente." Trata-se de Armando Monteiro Filho, dono do banco.

Quase lá
Em conversas com pessoas próximas, Lula chegou a manifestar o desejo de ajudar o Mercantil. "Não aconteceu porque convenceram o presidente de que seria aberto um precedente delicado", relata o auxiliar.

Pai e filho
Lula tem ligação estreita e antiga com o empresário pernambucano Armando Monteiro Filho. Quando Armando Monteiro Neto assumiu a Confederação Nacional da Indústria, também ele se tornou um interlocutor privilegiado do presidente.

À prova de bala
O mundo gira, a Lusitana roda, mas a disposição oposicionista para poupar Antonio Palocci permanece intocada. "Como ministro, não fez nada de errado", defende um grão-tucano.

Fundo perdido 1
Duas empresas investigadas pela CPI dos Bingos no "caso Buratti", a Twister e a Raf Bras, permanecem uma incógnita para a comissão. Elas receberam vultuosos recursos da empreiteira Leão Leão, de Ribeirão.

Fundo perdido 2
A CPI praticamente esgotou as possibilidades de chegar ao verdadeiro autor dos saques. Segundo Rogério Buratti, o esquema era utilizado para repassar dinheiro a prefeitos do PT.

Sem rede protetora
Foi sugerido à bancada do PT que pedisse verificação de quórum em novo esforço para prolongar o interminável processo de José Dirceu. O líder, Henrique Fontana (RS), disse não.

Caiu do céu
A quebra do sigilo bancário da Athenas Trading, uma das alimentadoras da conta no exterior Dusseldorf, pertencente ao marqueteiro Duda Mendonça, mostra que ainda não se sabe a origem de R$ 10,215 milhões depositados em favor da empresa.

Circulando
Os resultados da quebra de sigilo em poder da CPI dos Correios revelam ainda uma triangulação de recursos com a Bônus-Banval, uma das corretoras que operaram o "valerioduto". Foram repassados R$ 2,05 milhões da Athenas à corretora.

Chá de gengibre
Foi marcada para a próxima terça-feira uma apresentação de Ciro Gomes para a cúpula da CNBB sobre o projeto do rio São Francisco. Será nova tentativa do ministro de vencer a resistência dos bispos à obra.

No encalço
Segundo pesquisa em poder de tucanos paulistas, o vereador José Aníbal estaria sete pontos atrás do petista Aloizio Mercadante (22 a 15) e cinco de Marta Suplicy (19 a 14) na disputa pelo governo do Estado.

Visitas à Folha
Luiz Sales e Walter Fontoura, sócios-diretores da SPGA Consultoria de Comunicação (Sales, Periscinoto, Guerreiro & Associados), visitaram ontem a Folha.
 
Orlando Maluf Haddad, conselheiro federal da OAB-SP, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Walter Paiva Ciglioni, vice-presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Turismo Brasil-México, e de Adelina Silveira de Alcântara Machado, diretora da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China.

TIROTEIO

Do deputado pefelista ACM Neto, membro da CPI dos Correios, sobre a afirmação da direção do Banco Central de que não cedeu ao lobby de Marcos Valério pró-Banco Rural, uma vez que não saiu a liquidação do Mercantil de Pernambuco:
-Ao que tudo indica, a relação de Marcos Valério com o BC foi muito além. Ele circulou livre e serelepe pelo banco, que fez vista grossa a uma série de irregularidades do Rural, enrolado até o pescoço na CPI.

CONTRAPONTO

Fama internacional

Em 1985, primeiro ano de sua Presidência, José Sarney, hoje senador pelo PMDB do Amapá, fez um pronunciamento na Organização das Nações Unidas no qual afirmou que o Brasil não pagaria a dívida externa com a "fome de seu povo".
Empolgado, o deputado mineiro Milton Reis destoou do restante da platéia, formada por funcionários da ONU e dirigentes de outros países que permaneciam atentos, mas calados.
-Muito bem, muito bem, presidente!-, bradava o parlamentar do PTB.
O relato de sua torcida entusiasmada chegou aos ouvidos de Ulysses Guimarães (PMDB-SP). Na primeira oportunidade que lhe apareceu em plenário, o presidente da Câmara (morto em 1993) brincou:
-É com muito orgulho que concedo a palavra a Milton Reis, o primeiro deputado brasileiro a discursar na ONU!


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