São Paulo, segunda, 2 de novembro de 1998

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Painel


Prato feito

O FMI não costuma liberar recursos antes da aprovação das medidas acertadas com o país que tomará o dinheiro, como já admite fazer com o Brasil. Correrá o risco para dar o argumento ao governo de que o pacote é um caminho sem volta.


Posição presidencial

FHC diz que "continua a favor" do voto distrital misto, mas avalia que só um plebiscito aprovaria a proposta, que acabaria com a distorção proporcional (um voto no Norte ter mais peso do que no Sudeste). Acha também que seria difícil explicar isso numa campanha.


Duas visões
Os tucanos do Ceará (leia-se Tasso Jereissati) não querem que o PSDB crie obstáculos às reeleições de ACM (Senado) e Temer (Câmara). Mas Aécio Neves (MG) insiste que o partido deve entrar na disputa para não ser excluído das negociações.


Pé atrás
A esquerda está desconfiada do acordo proposto por Aécio Neves para a eleição da presidência da Câmara. A suspeita é que o tucano esteja tentando se cacifar para tentar retirar um ministério da cota do PMDB.


O Planalto treme
Em reunião no dia 17, o PSB pretende apresentar um projeto completo de reforma social. "Não podemos cair na armadilha do governo e ficar discutindo só a reforma econômica", diz Alexandre Cardoso (RJ).


Geografia collorida

Em artigo escrito de Nova York para um jornal de Brasília, a ex-ministra Zélia Cardoso de Mello (Collor) diz que "o Brasil aparece quase diariamente no noticiário americano" e depois cita, entre outras, a revista britânica "The Economist".


Sobe-e-desce

Ex-chefe de gabinete de Pedro Malan (Fazenda), o deputado federal eleito José Carlos da Fonseca (PFL) é o nome mais cotado para a secretaria da Fazenda do ES e desponta como liderança do partido no Estado após a derrota do senador Élcio Álvares.


Reação corporativa

A Andes (associação nacional dos docentes do ensino superior) decidiu fazer assembléias entre os dias 9 e 13 e paralisar a categoria no dia 18. É a primeira manifestação dos servidores públicos contra o pacote fiscal.


Dito pelo não dito
A reeleição de ACM e Temer se transformou numa guerra de pareceres jurídicos. Suplicy entregou cinco ao relator Lúcio Alcântara (PSDB), entre os quais um texto de Celso Bastos. ACM tem um texto do mesmo jurista. Só que a favor de sua reeleição.


Sedução do poder

O PSDB paulista está cortejando deputados estaduais do PPB e do PFL que ficaram viúvos com a derrota de Maluf. Pascoal Thomeu (PPB) e dois pefelistas podem ser os primeiros a embarcar na canoa tucana de Covas.


Cabo-de-guerra

Uma ala do PSDB paulista trabalha contra a ida de Celso Giglio (PTB), deputado federal mais votado da coligação entre os dois partidos, para o secretariado de Covas. Fortaleceria um provável adversário em 2002.


Partilha complicada
A disputa por cargos em Alagoas ameaça rachar a aliança PSB-PT antes mesmo da posse do governador Ronaldo Lessa. Os petistas querem quatro secretarias da área social. Lessa não arreda o pé. Só dá uma.


Panela goiana

No PMDB governista, o choro de Maguito Vilela e de Iris Rezende, que ameaçaram votar contra o ajuste fiscal, foi visto como tentativa de emplacar o primeiro no ministério, abrindo espaço para a sua suplente no Senado, a mulher do segundo.


Reforço inesperado

O PT pode ganhar mais um deputado federal, o primeiro pela Paraíba, e passar para 59. A pedido do partido, o TRE do Estado está recontando os votos de algumas urnas, e o petista Avenzoir Arruda deve tomar a vaga de Beto Meirelles (PSB).

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TIROTEIO

De Sérgio Carneiro (PDT-BA), sobre FHC ter dito que "a elite da região (nordeste) ainda se sente marginalizada", para explicar porque perdeu em algumas áreas da região:
- Ele deve estar se referindo ao ACM, ao Marco Maciel e ao Tasso Jereissati. Coitados, eles são tão marginalizados que chega a dar dó.


CONTRAPONTO

Hierarquia política Mário Covas, reeleito governador de São Paulo, foi na sexta a um evento de comemoração dos 50 anos da APM (Associação Paulista dos Municípios).
Lá, ele ganhou uma placa alusiva ao aniversário da entidade.
Quando recebeu o presente, Covas, que não é exatamente conhecido pelo bom humor, ouviu dos fotógrafos:
- Mostra a placa, governador!
O governador licenciado disse que não e fechou a cara.
Os fotógrafos insistiram. Depois de relutar muito, Covas não resistiu ao assédio e acabou posando com o objeto.
Mas não deixou barato. Quando fez seu discurso, aproveitou para alfinetar:
- Quando eu era pequeno, pensava que fossem meus pais que mandavam em mim. Depois, quando me casei, pensei que fosse minha mulher. Em seguida os filhos, os netos... Agora descobri que quem manda em minha vida são os fotógrafos!



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