São Paulo, domingo, 02 de dezembro de 2001

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"Sou uma pessoa de relativo talento"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O advogado-geral da União, Gilmar Ferreira Mendes, não tem problemas com sua auto-estima. Alvo de críticas duras e constantes do Judiciário e do Ministério Público, ele não se abate. Acha que está fazendo um bom trabalho -isso ele diz- e que está se qualificando para a última vaga que o presidente Fernando Henrique Cardoso poderá preencher no STF (Supremo Tribunal Federal), mas isso ele nega.
(WLADIMIR GRAMACHO)

 

Folha - O sr. está em "guerra" com o Judiciário?
Gilmar Ferreira Mendes
- De jeito nenhum. O processo judicial é que é, por natureza, conflitivo.

Folha - Atualmente, a relação do sr. com o Judiciário é melhor ou pior?
Mendes
- Nem pior, nem melhor. Mas, de tempos em tempos, há maiores conflitos.

Folha - O sr. tem o propósito de ir para o Supremo Tribunal Federal?
Mendes
- Jamais reivindiquei cargo nenhum.

Folha - Mas o sr. tem essa aspiração.
Mendes
- Não. Tenho a aspiração de ser um bom advogado-geral da União e isso acho que estou sendo.

Folha - Quem seria um bom nome para a última vaga que o presidente poderá indicar para o STF, em 2002 (a ser aberta com a aposentadoria do ministro Néri da Silveira)?
Mendes
- Não conheço.

Folha - Seus amigos e inimigos dizem que o sr. é muito determinado. Mas também dizem que essa determinação costuma tropeçar em questões protocolares importantes e isso tem incomodado.
Mendes
- Não posso fazer absolutamente nada.

Folha - Isso não pode criar resistências para que o sr. vá ao Supremo?
Mendes
- Como eu não estou preocupado com isso, essa questão está prejudicada.

Folha - O sr. voltaria para a Procuradoria da República, sua carreira de origem?
Mendes
- Eu sou uma pessoa de relativo talento. Não tenho problemas de emprego.


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