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"Sou uma pessoa de relativo talento"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O advogado-geral da União,
Gilmar Ferreira Mendes, não tem
problemas com sua auto-estima.
Alvo de críticas duras e constantes
do Judiciário e do Ministério Público, ele não se abate. Acha que
está fazendo um bom trabalho
-isso ele diz- e que está se qualificando para a última vaga que o
presidente Fernando Henrique
Cardoso poderá preencher no
STF (Supremo Tribunal Federal),
mas isso ele nega.
(WLADIMIR GRAMACHO)
Folha - O sr. está em "guerra"
com o Judiciário?
Gilmar Ferreira Mendes - De jeito
nenhum. O processo judicial é
que é, por natureza, conflitivo.
Folha - Atualmente, a relação do
sr. com o Judiciário é melhor ou
pior?
Mendes - Nem pior, nem melhor. Mas, de tempos em tempos,
há maiores conflitos.
Folha - O sr. tem o propósito de ir
para o Supremo Tribunal Federal?
Mendes - Jamais reivindiquei
cargo nenhum.
Folha - Mas o sr. tem essa aspiração.
Mendes - Não. Tenho a aspiração de ser um bom advogado-geral da União e isso acho que estou
sendo.
Folha - Quem seria um bom nome
para a última vaga que o presidente poderá indicar para o STF, em
2002 (a ser aberta com a aposentadoria do ministro Néri da Silveira)?
Mendes - Não conheço.
Folha - Seus amigos e inimigos dizem que o sr. é muito determinado.
Mas também dizem que essa determinação costuma tropeçar em
questões protocolares importantes
e isso tem incomodado.
Mendes - Não posso fazer absolutamente nada.
Folha - Isso não pode criar resistências para que o sr. vá ao Supremo?
Mendes - Como eu não estou
preocupado com isso, essa questão está prejudicada.
Folha - O sr. voltaria para a Procuradoria da República, sua carreira
de origem?
Mendes - Eu sou uma pessoa de
relativo talento. Não tenho problemas de emprego.
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