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30% dos candidatos não prestaram contas à Justiça
PDT é o partido com maior número de pendências, seguido de PSC, PT do B e PHS
Entre as maiores legendas, ainda não foram entregues prestações de contas de 269 candidatos do PMDB, 231 do PSDB, 204 do PFL e 180 do PT
SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Dos 20 mil candidatos que
disputaram algum cargo nesta
eleição, 6.012 (30%) ainda não
prestaram contas à Justiça
Eleitoral sobre quanto gastaram e de onde veio o dinheiro
que bancou suas campanhas.
A relação de todos os candidatos em débito com a Justiça
Eleitoral aponta que o PDT é o
partido com o maior número
de pendências: faltam 312 contas de integrantes da sigla. Na
seqüência, estão os nanicos
PSC (299), PT do B (298) e PHS
(289), e o PPS (287). Dessa lista,
apenas o PDT "sobreviveu" à
cláusula de barreira imposta
nesse ano. O PPS optou por
uma fusão com PHS e PMN e
passou a se chamar MD (Mobilização Democrática).
Entre as maiores siglas do
país, faltam 269 contas de candidatos do PMDB; 231 do
PSDB; 204 do PFL; e 180 do PT.
Na prática, a legislação eleitoral brasileira não impõe punição ao candidato que não enviou seus relatórios de despesa
e arrecadação, mas o impede de
voltar a concorrer nas próximas eleições. Ou seja, caso haja
alguma campanha irregular
nesse montante, ela pode nunca ser descoberta. Para os eleitos, é proibida a diplomação se
os dados não forem abertos.
Esse montante de dados que
até ontem não haviam sido
contabilizados pela Justiça indicam que o custo geral da eleição deste ano deve ser maior do
que o já contabilizado, entre R$
1,3 bilhão e R$ 1,6 bilhão. O
montante arrecadado por candidatos e comitês é similar.
Faltosos
O maior volume de dados
não-entregues refere-se aos
candidatos a deputado estadual
e distrital: um total de 4.354
contabilidades ainda não apareceram. Para a Câmara, faltam
1.552 prestações de contas. Ao
Senado, há 64 lacunas, e para
governador, 42.
Na lista dos faltosos, figuram
dois candidatos derrotados ao
governo que chegaram a liderar
as pesquisas: os tucanos Almir
Gabriel (PA) e Siqueira Campos (TO). A declaração da ex-governadora do Distrito Federal, Maria de Lourdes Abadia
(PSDB), que não se reelegeu,
também não consta no banco
de dados do TSE porque foi entregue em papel no TRE do DF
-deve ser digitalizada.
Todos os 27 governadores,
513 deputados federais e 27 senadores eleitos apresentaram
suas contas no prazo, que expirou no último dia 28 de novembro. A partir de agora, a Justiça
Eleitoral analisará as contas e
pode aprová-las, reprová-las ou
aprová-las com ressalva.
A contabilidade dos candidatos é repassada diariamente ao
TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pelos TREs. Segundo o
TSE, o Estado com maior número de pendências é o Pará,
que recebeu apenas 36% das
contas esperadas. Em segundo
lugar, aparece o Amapá, com
50% dos dados.
Comitês
Em contrapartida, o TRE do
Rio Grande do Sul processou
85% dos dados, Mato Grosso do
Sul, 83%, e Santa Catarina, 82%
dos dados.
Faltam também serem entregues 20,7% das contas referentes aos comitês financeiros
que funcionaram nos Estados e
municípios para recolher recursos aos candidatos. O Estado que apresenta o maior volume de dados é São Paulo, com
97% do total computado -falta
apenas um dos 33 comitês.
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