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POLÍCIA
TRE suspende diplomação de petista preso
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
A Justiça Eleitoral suspendeu ontem a diplomação do deputado eleito pelo PT-MG Juvenil Alves
Ferreira Filho, marcada
para o próximo dia 18. Alves é suspeito de ter utilizado caixa dois na sua
campanha. Ele está preso
na Polícia Federal, acusado de blindagem patrimonial de empresas devedoras de tributos. Se fosse diplomado, Alves passaria a
ter foro privilegiado.
Na sua decisão, o juiz-auxiliar Rogério Medeiros
Lima, do TRE (Tribunal
Regional Eleitoral) pelo
Ministério Público Eleitoral, verificou a "aparente
prática dos ilícitos eleitorais minuciosamente descritos" pelo MPE.
A documentação que gerou a representação foi
apreendida pela PF nos escritórios de Alves durante
operação que investiga o
esquema de blindagem do
patrimônio de empresas.
Há ainda gravações telefônicas autorizadas pela
Justiça.
Entre os documentos
foram encontradas supostas contabilidades da campanha eleitoral que não foram apresentadas na prestação de contas do deputado eleito à Justiça.
"A ocorrência de caixa
dois na campanha de Juvenil Alves acabou sendo
confirmada pelos auditores do órgão técnico do
Tribunal, que é responsável pela análise das prestações de contas dos candidatos", disse o MPE.
Entre as supostas irregularidades estão captação de doações sem emissão de recibo eleitoral e
sem passar pela conta
bancária exclusiva de
campanha e ainda doações
"acobertadas com recibos
de serviços que jamais foram prestados". As suspeitas são que Alves teria gastado na campanha valores
muito superiores ao estipulado pelo PT, R$ 1,5 milhão. Ele declarou ter gasto R$ 415 mil.
O juiz determinou a notificação de Alves e impôs
segredo de Justiça a todos
os documentos e gravações telefônicas.
Coação
Nos depoimentos tomados pela PF nos últimos
dias, testemunhas ouvidas
no inquérito que investiga
a blindagem de patrimônio de empresas confirmaram que foram procuradas
por advogados ligados a
Alves para que elas contassem uma mesma versão
dos fatos.
Para a PF, os depoimentos confirmam a acusação
de coação a testemunhas
que motivou a volta à prisão do deputado eleito e
mais oito advogados, na
última quarta, um dia após
eles terem sido soltos. Alves é suspeito de ser o
"mentor e executor" do esquema. Ele nega.
Colaborou ANDRÉA MICHAEL, da Sucursal de Brasília
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