São Paulo, segunda-feira, 03 de janeiro de 2005

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PAINEL

Partidos em chamas 1
O PSDB não têm provas da ação do Planalto na estratégia que tirou a presidência da Câmara de São Paulo do candidato de Serra. Mas rejeita a tese da "combustão espontânea dos petistas paulistanos". Acha que alguém do PT nacional ajudou a acionar o explosivo.

Partidos em chamas 2
Um tucano, próximo de José Serra, pergunta: "Como o PT reagirá se a oposição encabeçar o apoio à candidatura do petista Virgílio Guimarães contra seu colega de partido Luiz Eduardo Greenhalgh, escolhido por Lula, na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados?".

Começar de novo
Os tucanos da Câmara paulistana vão de imediato assediar os vereadores que afirmaram ter votado em Roberto Tripoli, afastado do partido, por conta da pressão do bloco PT-PMDB-PP-PL, que ameaçou deflagrar uma campanha publicitária para atacar quem traísse o grupo.

Projeto 2006
Derrotado por Tripoli, Ricardo Montoro, o candidato de José Serra na disputa, diz que não desistiu do sonho de comandar a Casa e encontrou um alento: "O PSDB preferiu perder a eleição do que repetir práticas fisiológicas. Será um governo muito diferente dos anteriores".

Bala na agulha
Fortalecido com a vice-presidência da Câmara paulistana, o PMDB retoma hoje as negociações com os tucanos para integrar a base de José Serra na Câmara. Se antes se contentava com a Anhembi Turismo, agora pede a Emurb ou a Cohab, responsável pelas casas populares.

Porteira quase fechada
Com o tucano Caio Luiz de Carvalho à frente da Anhembi, o PMDB diz que só aceitará participar da empresa de turismo, como vinha sendo negociado, se tiver o controle "da vice-presidência para baixo de praticamente todos os cargos", nas palavras de um peemedebista.

Aperitivo
De um petebista sobre a disputa entre tucanos que culminou na vitória de Roberto Tripoli: "A briga entre eles na Câmara Municipal é fichinha perto da que existe dentro da bancada da Assembléia. Quem está assustado ainda não viu nada".

Troca da guarda
A mais visível mudança após a posse de José Serra: a tradicional bandeira paulista que sempre tremulou sobre o "prédio do Banespa", onde hoje funciona a prefeitura, foi substituída ontem pela do município de São Paulo.

Preparando o futuro
Uma produtora de TV colheu imagens exclusivas ontem da primeira reunião do secretariado de José Serra. As cenas deverão ser usadas em programas regionais e nacionais do PSDB neste semestre que vão preparar terreno para a candidatura do partido à sucessão de Lula.

Sem registros 1
O TRF da 1ª Região, em Brasília, não sabe informar o paradeiro da investigação por suspeita de lavagem de dinheiro envolvendo o vice-governador de Minas Gerais, Clésio Andrade. O caso subiu para a presidência do TRF-1 em setembro, mas não há registro de distribuição.

Sem registros 2
A investigação alcança um instituto ligado à Confederação Nacional dos Transportes, presidida pelo vice-governador, uma instituição de ensino e pessoas próximas do empresário e do PTB. Em agosto, foi suspensa a quebra do sigilo bancário.

Segredo mantido
Décio Freire, advogado de Clésio, diz que o processo é sigiloso e segue o rito normal. "Não existe absolutamente nada contra a pessoa física do doutor Clésio Andrade", afirmou em agosto.

TIROTEIO

Do deputado Sigmaringa Seixas (PT-DF), sobre os vereadores petistas, que se recusaram a apoiar o candidato de José Serra na Câmara paulistana:
-Temos que torcer para o PSDB não fazer o mesmo no Congresso. É por essas e outras que Lula precisa se socorrer de outros partidos. Um grupo de petistas que insiste em não aprender a fazer política.

CONTRAPONTO

Olha a fila

Eleito governador de São Paulo em 1986, Orestes Quércia (PMDB), a exemplo do que fez o novo prefeito da capital, o tucano José Serra, criou algumas secretarias para acomodar os mais fiéis aliados de sua campanha.
Empossado o primeiro escalão, os secretários começaram a trabalhar imediatamente atendendo correligionários, prefeitos e líderes de outros partidos que foram bater à porta do Palácio dos Bandeirantes.
O deputado Edson Aparecido, hoje presidente municipal do PSDB, foi um dos que se reuniram com os "extraordinários". Ele foi recebido em uma sala improvisada, achou estranho, mas preferiu nada comentar.
No final da audiência, pediu o número do telefone do gabinete para contatos futuros:
-Olha, por enquanto eu estou usando o orelhão do segundo andar mesmo-, respondeu um constrangido secretário.


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