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Painel
Vera Magalhães (interina) - painel@uol.com.br
Tostão e milhão
Enquanto Arlindo Chinaglia (PT-SP) já tem agência
de comunicação e tesoureiro e deve alugar jatinho, Aldo Rebelo (PC do B-SP) decidiu fazer o marketing da
pobreza na disputa pela presidência da Câmara. A estratégia é inspirada na que garantiu a vitória de Severino Cavalcanti (PP-PE) em 2005.
Um dos generais severinistas, Ciro Nogueira (PP-PI), virou conselheiro-mor de Aldo. Em uma reunião
ontem com colaboradores, o comunista decidiu que
não fará viagens de campanha aos Estados nem divulgará material gráfico, apenas uma carta-compromisso. Já o QG de Chinaglia calcula que gastará R$ 200
mil, incluindo aluguel de salas. Quem atuou em campanhas anteriores diz que o valor está subestimado.
Íntimo. O slogan de Arlindo
Chinaglia (PT-SP) será "Pela
Câmara, pelo Brasil". Nos folhetos, ele deverá ser chamado de "Arlindo", pelo mesmo
motivo que Geraldo Alckmin
(PSDB) virou "Geraldo" -o
sobrenome atrapalha.
P.S. Responsável por redigir
o discurso de posse de Lula, o
ministro Luiz Dulci (Secretaria Geral) recebeu mais de
300 páginas de sugestões de
colegas. Texto pronto, veio o
pedido de Lula para incluir a
historinha da borboleta.
Gás 1. A Coca-Cola, que patrocinou festança para políticos em Brasília no Réveillon,
doou, juntamente com suas
coligadas, R$ 4,9 milhões na
campanha eleitoral, para candidatos de vários partidos.
Gás 2. José Múcio (PTB),
um dos mais animados da boca-livre, recebeu R$ 200 mil.
O grupo ficou em décimo lugar no ranking, à frente da
Embraer e do Unibanco.
Na muda 1. A ausência de
Ciro Gomes na posse de Lula
movimentou as especulações
sobre seu futuro. Na festa do
irmão, Cid, o ex-ministro foi o
centro das atenções, a bordo
de um terno de linho branco.
Depois, desfalcou a caravana
cearense a Brasília.
Na muda 2. As apostas na
volta de Ciro para a Integração foram abaladas em razão
do desmonte da pasta. Vários
assessores se transferiram para o governo do Ceará, a começar da ex-secretária-executiva, Silvana Parente.
Homem forte. Ao anunciar as primeiras medidas como governador, José Serra
acolheu, sem reservas, as sugestões do secretário da Fazenda, Mauro Ricardo. Outros membros do primeiro escalão, como Aloysio Nunes
Ferreira, tinham dúvidas sobre alguns pontos.
Fogo amigo. O grupo dos
cautelosos achava que o
anúncio de medidas como revisão de contratos e recadastramento de funcionários poderia ser lido como uma maneira de fustigar a gestão Geraldo Alckmin.
Na cola. Seguindo a tendência de procurar ser um
contraponto à gestão Lula,
Aécio Neves escolheu a dedo a
área para uma das primeiras
medidas do novo mandato:
meio-ambiente.
Na frente. O mineiro
anunciou a criação de núcleos
ambientais nas 19 secretarias,
para evitar que projetos estratégicos fiquem parados por
problemas com o setor.
Caça às bruxas. Cid Gomes anunciou ontem a suspensão de todos os contratos
do governo do Ceará para
uma auditoria. O foco principal serão as contratações de
pessoal sem licitação.
Numa boa. Já em Pernambuco, a transição seguiu a
linha "paz e amor". Vários pefelistas prestigiaram a posse
de Eduardo Campos (PSB). E
aliados do novo governador
dizem que herdaram uma estrutura "arrumada" da gestão
Jarbas-Mendoncinha.
De volta. José Genoino
(PT-SP) estreou na posse de
Lula com novo visual, de óculos. Ontem, não se cansava de
comemorar o demorado abraço que recebeu do presidente.
Tiroteio
"Pelo visto, a credencial para a área VIP da posse
de Lula era a ficha na polícia".
Do deputado federal eleito e ex-secretário de Agricultura de São Paulo
DUARTE NOGUEIRA (PSDB), sobre a presença de Bruno Maranhão, líder
da invasão do MLST à Câmara no ano passado, na solenidade do Palácio do Planalto.
Contraponto
Não é água, não
O presidente do PT, Ricardo Berzoini, que retornou ontem ao posto, foi bastante cumprimentado por militantes
do partido durante a posse de Lula, anteontem.
Ele tentava prestar atenção ao discurso do presidente
no parlatório quando foi abordado por um senhor.
-Com licença deputado, desculpe incomodar, mas sou
prefeito de Salinas e preciso falar com o senhor -, apresentou-se o político da cidade mineira, famosa pela produção de cachaças.
Todo solícito, Berzoini não deixou escapar a piada:
-Claro que podemos conversar! Ainda mais com o prefeito de uma cidade tão estratégica para o povo brasileiro!
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