São Paulo, quarta-feira, 03 de janeiro de 2007

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Painel

Vera Magalhães (interina) - painel@uol.com.br

Tostão e milhão

Enquanto Arlindo Chinaglia (PT-SP) já tem agência de comunicação e tesoureiro e deve alugar jatinho, Aldo Rebelo (PC do B-SP) decidiu fazer o marketing da pobreza na disputa pela presidência da Câmara. A estratégia é inspirada na que garantiu a vitória de Severino Cavalcanti (PP-PE) em 2005.
Um dos generais severinistas, Ciro Nogueira (PP-PI), virou conselheiro-mor de Aldo. Em uma reunião ontem com colaboradores, o comunista decidiu que não fará viagens de campanha aos Estados nem divulgará material gráfico, apenas uma carta-compromisso. Já o QG de Chinaglia calcula que gastará R$ 200 mil, incluindo aluguel de salas. Quem atuou em campanhas anteriores diz que o valor está subestimado.

Íntimo. O slogan de Arlindo Chinaglia (PT-SP) será "Pela Câmara, pelo Brasil". Nos folhetos, ele deverá ser chamado de "Arlindo", pelo mesmo motivo que Geraldo Alckmin (PSDB) virou "Geraldo" -o sobrenome atrapalha.

P.S. Responsável por redigir o discurso de posse de Lula, o ministro Luiz Dulci (Secretaria Geral) recebeu mais de 300 páginas de sugestões de colegas. Texto pronto, veio o pedido de Lula para incluir a historinha da borboleta.

Gás 1. A Coca-Cola, que patrocinou festança para políticos em Brasília no Réveillon, doou, juntamente com suas coligadas, R$ 4,9 milhões na campanha eleitoral, para candidatos de vários partidos.

Gás 2. José Múcio (PTB), um dos mais animados da boca-livre, recebeu R$ 200 mil. O grupo ficou em décimo lugar no ranking, à frente da Embraer e do Unibanco.

Na muda 1. A ausência de Ciro Gomes na posse de Lula movimentou as especulações sobre seu futuro. Na festa do irmão, Cid, o ex-ministro foi o centro das atenções, a bordo de um terno de linho branco. Depois, desfalcou a caravana cearense a Brasília.

Na muda 2. As apostas na volta de Ciro para a Integração foram abaladas em razão do desmonte da pasta. Vários assessores se transferiram para o governo do Ceará, a começar da ex-secretária-executiva, Silvana Parente.

Homem forte. Ao anunciar as primeiras medidas como governador, José Serra acolheu, sem reservas, as sugestões do secretário da Fazenda, Mauro Ricardo. Outros membros do primeiro escalão, como Aloysio Nunes Ferreira, tinham dúvidas sobre alguns pontos.

Fogo amigo. O grupo dos cautelosos achava que o anúncio de medidas como revisão de contratos e recadastramento de funcionários poderia ser lido como uma maneira de fustigar a gestão Geraldo Alckmin.

Na cola. Seguindo a tendência de procurar ser um contraponto à gestão Lula, Aécio Neves escolheu a dedo a área para uma das primeiras medidas do novo mandato: meio-ambiente.

Na frente. O mineiro anunciou a criação de núcleos ambientais nas 19 secretarias, para evitar que projetos estratégicos fiquem parados por problemas com o setor.

Caça às bruxas. Cid Gomes anunciou ontem a suspensão de todos os contratos do governo do Ceará para uma auditoria. O foco principal serão as contratações de pessoal sem licitação.

Numa boa. Já em Pernambuco, a transição seguiu a linha "paz e amor". Vários pefelistas prestigiaram a posse de Eduardo Campos (PSB). E aliados do novo governador dizem que herdaram uma estrutura "arrumada" da gestão Jarbas-Mendoncinha.

De volta. José Genoino (PT-SP) estreou na posse de Lula com novo visual, de óculos. Ontem, não se cansava de comemorar o demorado abraço que recebeu do presidente.

Tiroteio

"Pelo visto, a credencial para a área VIP da posse de Lula era a ficha na polícia". Do deputado federal eleito e ex-secretário de Agricultura de São Paulo DUARTE NOGUEIRA (PSDB), sobre a presença de Bruno Maranhão, líder da invasão do MLST à Câmara no ano passado, na solenidade do Palácio do Planalto.

Contraponto

Não é água, não

O presidente do PT, Ricardo Berzoini, que retornou ontem ao posto, foi bastante cumprimentado por militantes do partido durante a posse de Lula, anteontem.
Ele tentava prestar atenção ao discurso do presidente no parlatório quando foi abordado por um senhor.
-Com licença deputado, desculpe incomodar, mas sou prefeito de Salinas e preciso falar com o senhor -, apresentou-se o político da cidade mineira, famosa pela produção de cachaças.
Todo solícito, Berzoini não deixou escapar a piada:
-Claro que podemos conversar! Ainda mais com o prefeito de uma cidade tão estratégica para o povo brasileiro!


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