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Medida foi feita no "apagar das luzes", diz Marco Aurélio
Segundo presidente do TSE, extensão de benefício pode ser considerada fraude à Carta
Oposição deverá questionar a legalidade da medida no STF; lei proíbe o governo de criar e ampliar programas sociais em ano eleitoral
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Líderes da oposição e o presidente do Tribunal Superior
Eleitoral, Marco Aurélio Mello,
questionam a legalidade da medida provisória que estende os
benefícios do Bolsa Família para jovens de 16 e 17 anos.
Mello acredita que mesmo
que a MP tenha sido editada
ainda em 2007, ela poderá ser
considerada pelo tribunal uma
fraude à Constituição por ter
sido feita, diz ele, "no apagar
das luzes". A medida foi publicada no último sábado, em edição extra do Diário Oficial, entre o Natal e o Réveillon.
"Não posso antecipar o juízo
do colegiado, mas [a MP] corre
o risco de ter problemas", disse.
Já oposicionistas prometem
questionar o Supremo Tribunal Federal sobre a legalidade
da MP por acreditarem que a
atitude foi uma forma de o governo burlar a lei nº 11.300, que
proíbe a gestão pública de criar
e ampliar programas sociais e
de distribuir benefícios em ano
eleitoral.
Outra reclamação é que a extensão do programa já estava
prevista em projeto parado no
Congresso, o que demonstraria
que a medida não tem urgência.
"O governo está entrando em
rota de colisão com o TSE, com
mais um gesto de esperteza.
Sem dúvida vamos questionar a
legalidade desse fato", disse o
líder do DEM no Senado, José
Agripino Maia. "A MP se transformou em um vício, com sérios prejuízos ao Parlamento.
Agora querem usar uma MP
para praticar atos ilegais", afirmou o líder do PSDB na Câmara, Antônio Carlos Pannunzio.
Integrantes do governo, do
outro lado, afirmam que a MP
foi editada apenas para se adequar às novas regras do TSE.
"Não tem nada de ilegal nisso,
pelo contrário, a medida é um
ato para que fique tudo dentro
da legalidade", disse o senador
Renato Casagrande (PSB-ES).
(MARIA CLARA CABRAL E ANGELA PINHO)
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