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PT aguarda STF para lançar Palocci em SP
Ex-ministro deve ser o candidato petista ao governo se o STF o inocentar no caso da violação do sigilo bancário de caseiro
Petista é apontado como o único capaz de unificar o partido no Estado; ele conta com o apoio da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil)
DA REPORTAGEM LOCAL
Na ausência de um nome
"natural" para concorrer ao governo de São Paulo em 2010 e
historicamente dividido entre
correntes, o PT paulista aguarda a decisão do Supremo no caso da violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos
Santos Costa, que tem o ex-ministro e hoje deputado federal
Antonio Palocci no epicentro.
O STF (Supremo Tribunal
Federal) deverá analisar este
ano se aceita ou não a denúncia
do Ministério Público Federal
contra o petista.
Palocci é apontado hoje dentro do PT paulista como o único
nome capaz de unificar o partido e atrair Marta Suplicy, Aloizio Mercadante, João Paulo
Cunha e todos os prefeitos da
sigla para sua campanha. Ele
também conta com a simpatia
da ministra Dilma Rousseff
(Casa Civil), que deverá concorrer ao Planalto.
O escândalo do caseiro explodiu em 2005 e custou a demissão do então ministro da
Fazenda. Francenildo afirmou
que Palocci frequentava a chamada "casa do lobby" de Brasília. Em seguida, a conta bancária dele foi violada por órgãos
do governo.
Se não contar com Palocci, o
partido, ainda na esteira de um
processo de desgaste no principal Estado do país, cogita até
lançar um nome "novo" para a
disputa, a ser retirado do grupo
de prefeitos eleitos pela sigla no
ano passado ou do governo Lula, nesse caso, o mais cotado seria o atual ministro da Educação, Fernando Haddad.
"A ideia me entusiasma, mas
acho o debate um pouco precipitado", afirma Emídio de Souza, prefeito reeleito em Osasco
que teve seu nome lançado recentemente por um grupo.
Para Newton Lima, ex-prefeito de São Carlos designado
pelo presidente do PT-SP, Edinho Silva, para acompanhar o
processo de escolha do candidato há hoje cinco nomes em
condições de concorrer. "Marta, Mercadante, Palocci, Fernando Haddad e Elói Pietá. Todos eles têm condição de mostrar um projeto diferente para
o Estado", disse.
Pietá, no entanto, admite desistir do projeto para trabalhar
por Haddad, nome que mais resistência encontra no grupo da
ex-prefeita Marta.
Velho x novo
"As duas teses são legítimas.
Quem defende a novidade acha
que ela trará mais votos. Quem
acha que têm de ser figuras testadas nas urnas é porque avalia
que já se garante um patamar
mínimo. Esse é um assunto para ser tratado ao longo de
2009", afirma o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini.
Um dos expoentes do grupo
de Marta, o vereador José Américo Dias tem restrições à tese
da "novidade eleitoral". "O PT é
grande e complexo demais no
Estado de São Paulo. Por isso,
sempre entra na disputa para
ganhar", disse ele.
Até o resultado final das eleições municipais do ano passado, Marta era apontada como o
nome "natural" do PT, mas sua
derrota para Gilberto Kassab
(DEM) na capital paulista abalou a confiança do partido.
O senador Aloizio Mercadante, derrotado por José Serra
(PSDB) em 2006, teme, por sua
vez, trocar a reeleição para o
Parlamento, considerada no
partido como muito provável,
por uma nova "aventura".
Se optar pelo Bandeirantes e
conseguir a indicação da sigla,
Mercadante acabará abrindo
espaço para Marta. Com base
nas votações da ex-ministra,
seu grupo avalia que ela ficaria
com uma das duas vagas de São
Paulo no Senado.
A Folha não conseguiu falar
com Palocci. Segundo seus interlocutores, ele vai aguardar o
STF.
(JOSÉ ALBERTO BOMBIG E CATIA SEABRA)
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