São Paulo, sábado, 03 de janeiro de 2009

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PT aguarda STF para lançar Palocci em SP

Ex-ministro deve ser o candidato petista ao governo se o STF o inocentar no caso da violação do sigilo bancário de caseiro

Petista é apontado como o único capaz de unificar o partido no Estado; ele conta com o apoio da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil)

DA REPORTAGEM LOCAL

Na ausência de um nome "natural" para concorrer ao governo de São Paulo em 2010 e historicamente dividido entre correntes, o PT paulista aguarda a decisão do Supremo no caso da violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa, que tem o ex-ministro e hoje deputado federal Antonio Palocci no epicentro.
O STF (Supremo Tribunal Federal) deverá analisar este ano se aceita ou não a denúncia do Ministério Público Federal contra o petista.
Palocci é apontado hoje dentro do PT paulista como o único nome capaz de unificar o partido e atrair Marta Suplicy, Aloizio Mercadante, João Paulo Cunha e todos os prefeitos da sigla para sua campanha. Ele também conta com a simpatia da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), que deverá concorrer ao Planalto.
O escândalo do caseiro explodiu em 2005 e custou a demissão do então ministro da Fazenda. Francenildo afirmou que Palocci frequentava a chamada "casa do lobby" de Brasília. Em seguida, a conta bancária dele foi violada por órgãos do governo.
Se não contar com Palocci, o partido, ainda na esteira de um processo de desgaste no principal Estado do país, cogita até lançar um nome "novo" para a disputa, a ser retirado do grupo de prefeitos eleitos pela sigla no ano passado ou do governo Lula, nesse caso, o mais cotado seria o atual ministro da Educação, Fernando Haddad.
"A ideia me entusiasma, mas acho o debate um pouco precipitado", afirma Emídio de Souza, prefeito reeleito em Osasco que teve seu nome lançado recentemente por um grupo.
Para Newton Lima, ex-prefeito de São Carlos designado pelo presidente do PT-SP, Edinho Silva, para acompanhar o processo de escolha do candidato há hoje cinco nomes em condições de concorrer. "Marta, Mercadante, Palocci, Fernando Haddad e Elói Pietá. Todos eles têm condição de mostrar um projeto diferente para o Estado", disse.
Pietá, no entanto, admite desistir do projeto para trabalhar por Haddad, nome que mais resistência encontra no grupo da ex-prefeita Marta.

Velho x novo
"As duas teses são legítimas. Quem defende a novidade acha que ela trará mais votos. Quem acha que têm de ser figuras testadas nas urnas é porque avalia que já se garante um patamar mínimo. Esse é um assunto para ser tratado ao longo de 2009", afirma o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini.
Um dos expoentes do grupo de Marta, o vereador José Américo Dias tem restrições à tese da "novidade eleitoral". "O PT é grande e complexo demais no Estado de São Paulo. Por isso, sempre entra na disputa para ganhar", disse ele.
Até o resultado final das eleições municipais do ano passado, Marta era apontada como o nome "natural" do PT, mas sua derrota para Gilberto Kassab (DEM) na capital paulista abalou a confiança do partido.
O senador Aloizio Mercadante, derrotado por José Serra (PSDB) em 2006, teme, por sua vez, trocar a reeleição para o Parlamento, considerada no partido como muito provável, por uma nova "aventura".
Se optar pelo Bandeirantes e conseguir a indicação da sigla, Mercadante acabará abrindo espaço para Marta. Com base nas votações da ex-ministra, seu grupo avalia que ela ficaria com uma das duas vagas de São Paulo no Senado.
A Folha não conseguiu falar com Palocci. Segundo seus interlocutores, ele vai aguardar o STF. (JOSÉ ALBERTO BOMBIG E CATIA SEABRA)

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