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Obra de novo prédio da Assembleia de SP custa o dobro do valor previsto
Casa aprova aditivo de R$ 1,4 mi para retomar obra que já consumiu R$ 19 mi
DA REPORTAGEM LOCAL
A Assembleia Legislativa de
São Paulo vai desembolsar pelo
menos mais R$ 1,4 milhão para
tentar concluir até junho deste
ano a obra de seu novo prédio,
iniciada em maio de 2006, paralisada há seis meses e que já
consumiu R$ 19 milhões.
O cronograma inicial previa a
entrega da obra em março de
2007, a um custo de R$ 12 milhões. Agora, a estimativa é que,
ao final da empreitada, o valor
fique próximo a R$ 26 milhões
-um aumento de 117%- se somados os gastos com a montagem dos gabinetes.
Nada garante, no entanto,
que este seja o último aditamento, já que outras duas datas, uma delas em abril do ano
passado, foram estipuladas e
não cumpridas ao longo do processo de construção.
No novo prédio, localizado ao
lado do atual, em frente ao parque Ibirapuera (zona sul de São
Paulo), deverão ser abrigados
entre 52 e 57 dos 94 deputados.
Em novembro de 2007, foi
feito um aporte de mais R$ 5,6
milhões para tentar finalizar o
prédio. Na segunda-feira passada, no apagar das luzes do ano
legislativo de 2008, a Mesa Diretora da Casa autorizou a Secretaria-Geral a celebrar um
novo aditivo, de mais 25% (R$
1,4 milhão), à injeção de recursos previamente autorizada.
"Ainda está dentro do limite
de R$ 7,2 milhões que estipulamos naquela ocasião [2007] para concluir a obra", afirmou o
presidente da Assembleia, Vaz
de Lima (PSDB), que "herdou"
o esqueleto do prédio de seu
antecessor, Rodrigo Garcia
(DEM), atual secretário de
Desburocratização da Prefeitura de São Paulo.
Em 2005, Garcia contratou a
CPOS (Companhia Paulista de
Obras e Serviços) para o serviço. A empresa, vinculada ao Estado, por sua vez, contratou,
por meio de licitação, a empreiteira CVP, que receberia apenas R$ 7,2 milhões. Com os aditamentos, o valor chegou a R$
12 milhões só para a entrega do
"esqueleto", que, segundo as
empresas, fazia parte do acordo
com o Legislativo.
Presidente da Comissão de
Serviços e Obras Públicas da
Assembleia até o final do ano
passado, o atual prefeito de
Guarulhos, Sebastião Almeida
(PT), disse que "desistiu" de
entender os motivos. "Essa
missão agora fica para os atuais
deputados", afirmou.
Três gestões
Vaz de Lima deixará o comando da Assembleia em março, quando será eleita a nova
Mesa Diretora. Com isso, será a
terceira gestão da Casa a se debater com o problema. "A pior
obra é a parada. Quero deixá-la
pelo menos em andamento,
muito frustrado por não ter podido concluí-la", afirmou.
Enquanto o prédio não fica
pronto, os móveis adquiridos
pelo Legislativo para os novos
gabinetes ou vão sendo aproveitados nos atuais ou permanecem empilhados na Casa.
O acesso à obra é impedido
por tapumes e seguranças, mas,
mesmo ao lado de fora, é visível
o processo de deterioração das
estruturas principalmente por
conta das chuvas que castigam
São Paulo nos últimos dias.
Segundo Vaz de Lima, o aditivo autorizado na segunda-feira passada ainda será analisado
pelo TCE (Tribunal de Contas
do Estado). "Mas o contrato de
R$ 7,2 milhões assinado na minha gestão e que nós conseguimos baixar para R$ 5,6 milhões
já foi analisado e considerado
dentro das normas", disse o tucano.
(JOSÉ ALBERTO BOMBIG)
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