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CASO SILVEIRINHA
Presidente da comissão diz que todos os fiscais da Inspetoria de Grande Porte serão ouvidos
CPI é aprovada hoje com aliados de Rosinha
MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO
TALITA FIGUEIREDO
FREE LANCE PARA A FOLHA
Os novos deputados estaduais
do Rio aprovam hoje a CPI sobre
as contas de fiscais na Suíça com
um desafio: mostrar que são capazes de apurar com isenção um
escândalo de corrupção que atinge a gestão do ex-governador Anthony Garotinho (1999 a abril de
2002), sem interferências do Palácio Guanabara e do próprio ex-governador.
Protagonista do suposto esquema, o fiscal Rodrigo Silveirinha
Corrêa foi subsecretário de Administração Tributária de Garotinho. Ele, mais três fiscais de renda
do Estado e quatro auditores federais são suspeitos de terem enviado ilegalmente US$ 36 milhões
para contas na Suíça.
Os futuros integrantes da CPI já
estão recebendo documentos e
novas denúncias envolvendo os
fiscais. O deputado Carlos Minc
(PT), que será relator da comissão, denunciou no fim de semana
que Silveirinha deu parecer favorável a três empreiteiras que reivindicavam créditos de ICMS por
dívidas que teriam deixado de ser
pagas por governos anteriores.
O acordo, assinado dois meses
antes de Garotinho deixar o governo, significaria prejuízo de R$
200 milhões para o Tesouro estadual e foi parcialmente bloqueado
pela Procuradoria do Rio no governo de Benedita da Silva (PT).
O futuro presidente da CPI,
Paulo Melo (PMDB), aliado de
Garotinho, disse ontem que toda
a Inspetoria de Grande Porte, subordinada a Silveirinha e responsável pela fiscalização de 368 empresas, será investigada.
"Vamos ouvir todos os fiscais
da inspetoria, porque entendemos que os chefes não saem para
fiscalizar empresas, são os fiscais
que vão. Se houve corrupção, é
porque houve conivência", disse.
O presidente da Assembléia,
Jorge Picciani (PMDB), afirmou
que "não há limites para as averiguações". "Não tenho dúvidas de
que muita gente vai tombar", disse o integrante da base governista.
Ao contrário do marido, que
governou com maioria folgada, a
governadora Rosinha Matheus
(PSB) terá que negociar para conseguir maioria na Assembléia.
O PSB e o PMDB, aliado de Rosinha, continuam com as duas
maiores bancadas, com 22 dos 70
deputados. Mas os dois perderam
quase a metade do número de cadeiras. Na gestão Garotinho, ambos somavam 43 deputados. Os
partidos de oposição ganharam
espaço. O PT subiu de seis para oito cadeiras e o PDT e o PSDB dobraram suas bancadas, passando
a ter quatro deputados cada.
"A Assembléia se fragmentou
mais. A gente perdia com quórum
médio de 45 a 12. Agora terá de
haver mais negociação", diz
Minc. Pelos seus cálculos, a oposição tem entre 20 e 25 votos.
A própria composição da CPI
pode ser tomada como exemplo
da fragmentação. O PMDB, de
Picciani, ficará com a presidência.
Foram criadas três relatorias
-duas entregues à oposição, PT
e PDT, e uma ao PSB de Rosinha.
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