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DEFESA
Grupo russo também oferece cooperação com a Embraer
Rússia envia missão ao Brasil para tentar vencer concorrência da FAB
IGOR GIELOW
SECRETÁRIO DE REDAÇÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Rússia dará, no dia 17 de fevereiro, sua última cartada na concorrência internacional para a
compra dos novos caças da FAB
(Força Aérea Brasileira), a licitação F-X, um negócio estimado em
US$ 700 milhões que deverá ser
fechado em março.
Alguns dos principais nomes da
área de defesa do país virão ao
Brasil, integrando uma missão de
60 empresários que pretendem
incrementar a pauta comercial
numa iniciativa conjunta com o
Itamaraty. O Brasil está em negociação com a Rússia na área agropecuária e de tecnologia de lançamento de satélites, entre outras.
Na cabeça da missão russa, o vice-premiê encarregado de assuntos de defesa, Boris Alyeshin. No
cardápio, a oferta de cooperação
com a brasileira Embraer, que
participa da concorrência F-X como parceira da francesa Dassault,
oferecendo o supersônico Mirage-2000BR.
A Rússia quer vender o Sukhoi
Su-35, versão mais moderna do
bem-sucedido modelo Su-27, para a FAB. Está associada, por meio
da Rosoboronexport, com a empresa brasileira Avibrás.
A Sukhoi disse estar disposta a
negociar cooperação com a Embraer, caso o Su-35 ganhe. A Embraer rechaça com vigor a possibilidade, até porque não pode falar em cooperação com um concorrente antes do fim da disputa.
Nos meios militares, de todo
modo, poucos duvidam que a
Embraer acabe participando do
projeto do novo caça da FAB, de
um jeito ou de outro. Será necessário "know-how" para entender
os códigos-fontes do software do
avião a ser comprado, ou seja, ter
acesso ao cérebro que controla o
aparelho e o integra a radares e
sistemas de armas.
Essa transferência tecnológica é
pré-requisito da FAB. Sem ela,
compra-se o avião e não se pode
adaptá-lo -como o uso de um
armamento diferente, por exemplo. A Avibrás, com grande experiência na integração de sistemas
eletrônicos, também é vista como
parceira potencial.
Além do Su-35, concorrem na
F-X o anglo-sueco Gripen e o norte-americano F-16. O russo MiG-29 concorre, mas a Rússia concentra seus esforços no Su-35, um
avião mais moderno.
A cúpula da Sukhoi virá ao Brasil: o diretor-geral, Mikhail Pogosian, e o vice, Alexander Klementiev. O grupo confirma a disposição em negociar com a Embraer a
abertura do mercado aeronáutico
civil russo, informação revelada
pela Folha em dezembro. A brasileira descarta tal sugestão.
Lobbies
Nos últimos dias, intensificaram-se as movimentações dos
lobbies da F-X. Ganhou destaque
a informação de que os radares do
Gripen em serviço na Flygvapnet
(Força Aérea Sueca) tiveram problemas, impedindo vôo noturno.
A Sukhoi, por sua vez, negou notícias de que houve falha em motores de seus aviões na Índia. Já a
MiG divulgou nota para dizer que
ainda está no páreo e que oferece
parceria à Embraer na montagem
do MiG-29 para Brasil e Venezuela, interessada no modelo.
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