São Paulo, quinta-feira, 03 de março de 2005

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Gil diz que imprensa é manipuladora, mas volta a criticar corte orçamentário

ISABELLE MOREIRA LIMA
DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro da Cultura, Gilberto Gil, expôs ontem as dificuldades provocadas para a sua pasta pelo corte orçamentário de 56%.
Durante debate de encerramento da Bienal da UNE (União Nacional dos Estudantes), no parque Ibirapuera, em São Paulo, o ministro disse que todo o país deve buscar um "Orçamento digno". "Essa bandeira [reivindicação por aumento de verba] carregaremos todos nós pelas ruas do Brasil até que tenhamos nossa cultura contemplada com um Orçamento digno na sua dimensão", afirmou.
Gil disse que o corte no Orçamento dificulta principalmente o planejamento. "A gente planeja um conjunto de ações em função de X que a gente terá para gastar. Quando a gente deixa de ter X e passa a ter X dividido por dois, a gente tem, de novo, que planejar, replanejar, e tudo o que você ia fazer fica pela metade."
O ministro disse esperar que o corte seja recomposto ao longo do ano e afirmou que o aumento da verba da Cultura para 1% do Orçamento ainda é pouco, "mas já é alguma coisa em função dos minguados 0,4%, 0,5%" que a pasta tem hoje.
Apesar das críticas, Gilberto Gil mostrou irritação com as reportagens publicadas ontem sobre o corte orçamentário. "Eu tive o cuidado ontem [terça-feira] de dizer aos repórteres que eu não estou me queixando de nada. Mas a imprensa manipuladora, sempre tentando temperar suas pautas, vem com essa história. Isso me aborrece, me chateia, eu fico chateado com essa irresponsabilidade jornalística", disse. "Em vez de dizer as coisas como elas são, diz as coisas como convém à imprensa, no sentido de ter o maior impacto jornalístico segundo seus propósitos editoriais. Acho isso um horror, acho isso uma imoralidade", completou.


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