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Gil diz que imprensa é manipuladora, mas volta a criticar corte orçamentário
ISABELLE MOREIRA LIMA
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro da Cultura, Gilberto
Gil, expôs ontem as dificuldades
provocadas para a sua pasta pelo
corte orçamentário de 56%.
Durante debate de encerramento da Bienal da UNE (União Nacional dos Estudantes), no parque
Ibirapuera, em São Paulo, o ministro disse que todo o país deve
buscar um "Orçamento digno".
"Essa bandeira [reivindicação por
aumento de verba] carregaremos
todos nós pelas ruas do Brasil até
que tenhamos nossa cultura contemplada com um Orçamento
digno na sua dimensão", afirmou.
Gil disse que o corte no Orçamento dificulta principalmente o
planejamento. "A gente planeja
um conjunto de ações em função
de X que a gente terá para gastar.
Quando a gente deixa de ter X e
passa a ter X dividido por dois, a
gente tem, de novo, que planejar,
replanejar, e tudo o que você ia fazer fica pela metade."
O ministro disse esperar que o
corte seja recomposto ao longo do
ano e afirmou que o aumento da
verba da Cultura para 1% do Orçamento ainda é pouco, "mas já é
alguma coisa em função dos minguados 0,4%, 0,5%" que a pasta
tem hoje.
Apesar das críticas, Gilberto Gil
mostrou irritação com as reportagens publicadas ontem sobre o
corte orçamentário. "Eu tive o
cuidado ontem [terça-feira] de dizer aos repórteres que eu não estou me queixando de nada. Mas a
imprensa manipuladora, sempre
tentando temperar suas pautas,
vem com essa história. Isso me
aborrece, me chateia, eu fico chateado com essa irresponsabilidade jornalística", disse. "Em vez de
dizer as coisas como elas são, diz
as coisas como convém à imprensa, no sentido de ter o maior impacto jornalístico segundo seus
propósitos editoriais. Acho isso
um horror, acho isso uma imoralidade", completou.
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