São Paulo, sexta-feira, 03 de março de 2006

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"New York Times" enfoca disputa tucana

DA REDAÇÃO

A indefinição do PSDB entre o prefeito de São Paulo, José Serra, e o governador Geraldo Alckmin (SP) como candidato do partido à Presidência foi tema de uma reportagem publicada ontem pelo jornal norte-americano "The New York Times".
De autoria do correspondente Larry Rohter, o texto "Oposição brasileira ansiosa para escolher um candidato à Presidência" diz que a recuperação de Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas aumentou o "senso de urgência" no PSDB, que teme que um atraso maior na escolha "dê ao presidente uma chance de continuar sua recente recuperação".
"Um ano atrás, o presidente Lula parecia imbatível e a oposição tinha dificuldades de achar um candidato disposto a se sacrificar. Agora, no entanto, com o presidente enfraquecido pelo pior escândalo de corrupção na história moderna do Brasil, o principal partido da oposição tem um problema oposto: dois fortes postulantes para uma vaga só", diz a reportagem.
Rohter cita como principal vantagem de Serra o fato de ter ganhado força "entre os eleitores da classe média que se arrependem de ter votado em Lula na sua quarta candidatura à Presidência". Já contra o prefeito, lista ele, pesam "sua personalidade abrasiva e a longa lista de inimigos que ele fez ao longo dos anos".
Alckmin, por sua vez, segundo Rohter, é "altamente desconhecido" fora do Estado de São Paulo -o que na análise de líderes partidários do PSDB não seria uma "desvantagem fatal"- e é "alvo de piadas por seu jeito suave e sua falta de carisma". Recebe porém, segundo o texto, "altas notas por sua competência e honestidade".

Bebida
Rohter também dedica parte de sua reportagem à recuperação de Lula nas pesquisas. O correspondente do "New York Times", que em 2004 esteve ameaçado de expulsão do Brasil por conta de uma reportagem em que dizia que o país estava preocupado com o fato de que Lula estaria abusando do consumo de bebidas alcoólicas, agora registra o fato de o presidente ter deixado de beber, segundo disse em recente viagem à África o ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento).
"O presidente está claramente preparado para a luta. Ele perdeu mais de 15 quilos graças a uma nova dieta e a um regime de exercícios, e parou de consumir bebidas alcoólicas no fim do ano passado, de acordo com uma declaração de um ministro de Estado. Ele também deixou o tom defensivo adotado no ápice do escândalo para voltar ao ataque", diz o texto, depois de ressaltar que Lula ainda não decidiu oficialmente se se lançará candidato à reeleição.


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