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Para Scalco, Lula vai
para o segundo turno
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O novo secretário-geral da Presidência da República, Euclides
Scalco, 70, disse ontem que o pré-candidato do PT à sucessão de
FHC, Luiz Inácio Lula da Silva, é o
único presidenciável com garantia de disputar o segundo turno.
"O Lula, sem dúvida, está no segundo turno", disse Scalco, em
Curitiba. Ele não se arriscou a
apontar quem será o segundo
candidato: "É difícil dizer".
Scalco assume hoje o novo cargo, passando a direção-geral brasileira de Itaipu ao até ontem diretor de Coordenação da empresa,
Antonio José Correia Ribas. O novo secretário-geral disse que se
valerá do trânsito que tem com líderes do PFL para garantir votos
suficientes à aprovação de projetos do interesse do governo.
Citou o bom relacionamento
com o presidente do partido, Jorge Bornhausen, mas deu a entender que não pretende gastar tempo em recuperar o que considera
fato superado nem trabalhar em
causas que o governo considera
perdidas. "O governo não vai recompor nem com ACM, nem
com a família Sarney", afirmou.
"Eu estou disposto a procurar
todo mundo, mas é evidente que
tem que se conversar com quem
está disposto". Segundo Scalco,
"ACM jamais vai apoiar Serra".
De estilo discreto e apostando
"no pouco alarde", Scalco difere
do estilo de Arthur Virgílio
(PSDB-AM), a quem substituirá.
Disse assumir o cargo "para ajudar o presidente Fernando Henrique a cumprir seu mandato da
melhor maneira possível", mas
não incluiu entre suas incumbências a tarefa de tentar atrair o PFL
para a base do governo.
"Essa é uma atribuição dos presidentes de partidos. Eu serei o articulador político do governo, e as
duas coisas não se confundem."
Scalco não vê crise na recusa do
governador Jarbas Vasconcelos
(PMDB-PE) de integrar a chapa
de Serra, na vaga de vice.
"Jarbas era o candidato ideal,
pela liderança que detém no Nordeste." Disse não saber quem poderia ser a nova opção. "Ainda há
tempo para isso. Nenhum pré-candidato definiu seu vice ainda."
Coordenador político da campanha de reeleição de FHC em 98,
Scalco também disse não saber
avaliar se Serra saiu beneficiado
com a operação da PF na empresa
Lunus, de Roseana Sarney. "Eu
acho que não refletiu. Só uma pesquisa pode avaliar os efeitos."
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