São Paulo, quarta-feira, 03 de abril de 2002

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Para Scalco, Lula vai para o segundo turno

MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O novo secretário-geral da Presidência da República, Euclides Scalco, 70, disse ontem que o pré-candidato do PT à sucessão de FHC, Luiz Inácio Lula da Silva, é o único presidenciável com garantia de disputar o segundo turno.
"O Lula, sem dúvida, está no segundo turno", disse Scalco, em Curitiba. Ele não se arriscou a apontar quem será o segundo candidato: "É difícil dizer".
Scalco assume hoje o novo cargo, passando a direção-geral brasileira de Itaipu ao até ontem diretor de Coordenação da empresa, Antonio José Correia Ribas. O novo secretário-geral disse que se valerá do trânsito que tem com líderes do PFL para garantir votos suficientes à aprovação de projetos do interesse do governo.
Citou o bom relacionamento com o presidente do partido, Jorge Bornhausen, mas deu a entender que não pretende gastar tempo em recuperar o que considera fato superado nem trabalhar em causas que o governo considera perdidas. "O governo não vai recompor nem com ACM, nem com a família Sarney", afirmou.
"Eu estou disposto a procurar todo mundo, mas é evidente que tem que se conversar com quem está disposto". Segundo Scalco, "ACM jamais vai apoiar Serra".
De estilo discreto e apostando "no pouco alarde", Scalco difere do estilo de Arthur Virgílio (PSDB-AM), a quem substituirá.
Disse assumir o cargo "para ajudar o presidente Fernando Henrique a cumprir seu mandato da melhor maneira possível", mas não incluiu entre suas incumbências a tarefa de tentar atrair o PFL para a base do governo.
"Essa é uma atribuição dos presidentes de partidos. Eu serei o articulador político do governo, e as duas coisas não se confundem."
Scalco não vê crise na recusa do governador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) de integrar a chapa de Serra, na vaga de vice.
"Jarbas era o candidato ideal, pela liderança que detém no Nordeste." Disse não saber quem poderia ser a nova opção. "Ainda há tempo para isso. Nenhum pré-candidato definiu seu vice ainda."
Coordenador político da campanha de reeleição de FHC em 98, Scalco também disse não saber avaliar se Serra saiu beneficiado com a operação da PF na empresa Lunus, de Roseana Sarney. "Eu acho que não refletiu. Só uma pesquisa pode avaliar os efeitos."



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