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SUCESSÃO NO ESCURO
Senado vota favorável a anulação da decisão do TSE
Verticalização de alianças sofre derrotas no Congresso
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de vincular as coligações partidárias na disputa pela Presidência da República às
alianças estaduais sofreu ontem
duas derrotas no Congresso.
O Senado aprovou o projeto de
decreto legislativo anulando a decisão do tribunal e a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da
Câmara considerou constitucional projeto semelhante apresentado pelo deputado Inaldo Leitão
(PSDB-PB), que havia sido arquivado pelo presidente da Casa, Aécio Neves (PSDB-MG).
Os projetos terão ainda de passar por votações antes de serem
aprovados definitivamente. O líder do PDT na Câmara, Miro Teixeira (RJ), anunciou que vai entrar com mandado de segurança
no STF (Supremo Tribunal Federal) contra o projeto de decreto legislativo, depois de a proposta
passar por todas as etapas no
Congresso.
Usurpação
Na defesa dos projetos, congressistas argumentam que o TSE
usurpou atribuição do Legislativo
ao decidir sobre assunto que deveria ser tratado por lei elaborada
por deputados e senadores.
Congressistas consideram que a
decisão do tribunal favoreceu o
pré-candidato tucano à Presidência, José Serra, forçando apoio de
outros partidos ao ex-ministro, e
prejudicou a pré-candidata pefelista, Roseana Sarney, governadora do Maranhão.
O PFL reconhece que a pré-candidata está sendo pressionada a
desistir da eleição para a Presidência da República para facilitar
os acordos regionais na disputa
pelos governos nos Estados, pelas
vagas de deputados federais e estaduais e de senadores.
Simbolismo
A aprovação pelo plenário do
Senado do projeto do senador Renan Calheiros (AL), líder do
PMDB, foi simbólica. Três senadores manifestaram publicamente seus votos contrários: Sebastião
Rocha (PDT-AP), Carlos Patrocínio (PTB-TO) e Geraldo Melo
(RN), líder do PSDB.
O líder do PFL no Senado, Agripino Maia (RN), votou a favor da
proposta para, segundo ele, sinalizar ao STF (Supremo Tribunal
Federal) o pensamento do Congresso.
Há no Supremo ações questionando a constitucionalidade da
decisão do TSE, sob argumento
de que a Constituição garante liberdade de organização partidária e que as regras eleitorais só podem ser alteradas um ano antes
de entrarem em vigor. O Supremo está dividido em relação ao
assunto.
O projeto do Senado segue para
apreciação da Câmara. A decisão
da CCJ contrária ao arquivamento do projeto da Câmara terá ainda de passar pelo plenário, onde
há 22 medidas provisórias impedindo a votação de qualquer outra proposta.
Há ainda outro projeto semelhante apresentado pelo PT e
também arquivado por Aécio,
aguardando julgamento da CCJ.
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