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Graziano rebate crítica do Bird ao Fome Zero
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
No dia em que anunciou o início da distribuição de cestas básicas, o ministro José Graziano (Segurança Alimentar) declarou que
o governo só adota a política de
distribuição de alimentos quando
isso beneficia comunidades em situação de calamidade pública.
A declaração do ministro foi para rebater as críticas feitas por David de Ferranti, vice-presidente
do Bird (Banco Mundial) para a
América Latina, no dia 31, em
Brasília. Sem citar nominalmente
o Fome Zero, ele disse que ações
de distribuição de alimentos são
"caras e ineficientes".
Graziano disse que, além da situação de calamidade pública,
cestas básicas são adequadas a comunidades isoladas ou para
aquelas em que as refeições são
feitas de forma comunitária. No
primeiro exemplo se encaixam os
quilombos e os índios. No segundo, os assentados.
No fim deste mês, 63 mil pessoas dessas comunidades começarão a receber cestas básicas, inicialmente durante três meses. O
governo gastará R$ 1,2 milhão
mensal com as cestas.
Ontem, o ministro da Defesa,
José Viegas, anunciou a participação das Forças Armadas no Mutirão do Fome Zero -doação de alimentos feita pela sociedade.
Quartéis serão usados como postos de coleta. As agências dos Correios também arrecadarão alimentos para o programa.
O Instituto Brasil Voluntário
apresentou ontem ao presidente
Lula uma cartilha de orientação
para voluntários que quiserem
participar do Fome Zero. O livreto, com 34 páginas, será distribuído em todo o país a partir de hoje.
Segundo a presidente do instituto, Milú Villela, a cartilha foi
preparada porque a maioria das
ligações feitas ao "call center" do
Fome Zero tratavam de questionamentos sobre como ajudar.
Queda-de-braço
A área social do governo está
travando uma queda-de-braço
com o Banco do Brasil. A equipe
encarregada de combater a fome
e fortalecer a agricultura familiar
quer a redução do valor dos custos operacionais da linha de crédito que será lançada em maio (batizada de Pronaf Alimentos), no
valor de R$ 700 milhões.
Como o governo não tem R$
700 milhões disponíveis no Orçamento, vai utilizar os recursos do
FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) que são operados pelo
Banco do Brasil. O uso do dinheiro do FAT tem um custo maior do
que é pago pelos agricultores beneficiados pelo Pronaf, que arcam
com juros de 4% ao ano.
A diferença entre o que os agricultores pagam pelo crédito e o
que é cobrado pelo banco para
emprestar dinheiro do FAT é paga pelo governo. A equipe social
quer que o banco reduza duas taxas: a cobrada a título de risco do
empréstimo (8,48% ao ano) e os
R$ 8,99 mensais de taxa de administração por cada contrato.
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