|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Fitas da PF lançam suspeita sobre governador do Amapá
Waldez Góes é acusado de receber de empresa que teria participado de fraude na Saúde
Secretaria da Comunicação do Estado divulga nota em que diz ser "absolutamente inconsistente" a denúncia
envolvendo o pedetista
CÍNTIA ACAYABA
DA AGÊNCIA FOLHA
O Ministério Público Federal
no Amapá vai encaminhar à
Procuradoria Geral da República, em Brasília, documentos e
escutas telefônicas que supostamente envolvem o governador do Amapá, Waldez Góes
(PDT), com fraudes em licitações para a compra de medicamentos e com uma possível
doação ilegal de campanha.
O nome do governador e o do
deputado federal Sebastião Bala Rocha (PDT) são citados em
conversas telefônicas gravadas
pela Polícia Federal durante as
investigações que resultaram
na Operação Antídoto, realizada nos dias 22 e 27 de março.
Na operação foram presas 25
pessoas, entre elas dois ex-secretários de Saúde do Amapá e
um sobrinho de Góes, acusadas
de participar de esquema que
fraudava o fornecimento de
medicamentos às secretarias
da Saúde de Amapá, Pará e Ceará. Todos já foram soltos.
"O que apareceu nas fitas e
que deve ser investigado é a
questão do financiamento da
campanha do governador, que
pode ter sido legal ou não", disse Rodrigo Santos, procurador-chefe da República no Estado.
Governadores só podem ser investigados pela Procuradoria-Geral da República.
De acordo com a Polícia Federal, as empresas participavam das concorrências estaduais para o fornecimento de
remédios e, oferecendo um
preço muito abaixo do praticado no mercado, venciam as licitações. Com o contrato assegurado, ganhavam dos governos o
dinheiro correspondente aos
produtos, mas entregavam cerca de 60% do combinado. O
prejuízo aos cofres públicos
atingiria R$ 20 milhões.
Uma dessas empresas é a
Globo Distribuidora Ltda., que
doou pelo menos R$ 50 mil à
campanha de Góes.
Segundo o Ministério Público Federal, o ex-sócio da Globo
Distribuidora Dilton Ferreira
de Figueiredo disse em depoimento à Justiça Federal que
seu sócio Nivaldo da Silva, preso pela PF, chegou a doar R$
100 mil à campanha de Góes
sem que o dinheiro passasse
pela conta do comitê.
O deputado Rocha, que foi
secretário da Saúde do Amapá
de 2003 a 2004, foi acusado por
Figueiredo de receber dinheiro
para facilitar a liberação do pagamento dos medicamentos.
Texto Anterior: CPI do Apagão Próximo Texto: Outro lado: Secretaria afirma que denúncias são inconsistentes Índice
|