|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RUMO ÀS ELEIÇÕES
Partido diz que contornou entraves a aliança com PT em vários Estados e espera fechar acordo ainda em maio
PL diz que apóia Lula "de qualquer maneira"
FÁBIO ZANINI
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente nacional do PL,
Valdemar da Costa Neto, disse
ontem que seu partido apoiará
"de qualquer maneira" a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à
Presidência: "Vamos com ele de
qualquer maneira, de preferência
com uma aliança formal, que eu
considero bastante possível. Se
não der coligação, vamos apoiar
politicamente o PT e entrar com
tudo na campanha", disse.
O PL espera solucionar nas próximas duas semanas os entraves
regionais que impediriam uma
coligação nacional com o PT. Ontem, questionado em Erechim
(RS), Lula disse que ainda não há
qualquer coligação confirmada.
Na próxima semana, a cúpula
do PL se reúne em Brasília com
representantes dos "Estados-problema" -locais em que as duas
legendas estão em campos opostos- para costurar o apoio à
aliança. Nos últimos dias, os principais dirigentes dos dois partidos
voltaram a se mostrar otimistas
com a possibilidade de indicar o
vice de Lula, que poderia ser o senador José Alencar (MG).
A aliança das duas legendas estava praticamente fechada até que
a verticalização das coligações
atrapalhou o processo. Diferenças
entre as legendas nos Estados
comprometiam a padronização
imposta pela Justiça. Fatos novos,
porém, voltaram a aproximar as
duas siglas. Está praticamente resolvida a situação nos principais
colégios eleitorais. Em São Paulo,
PT e PL lançam cada um seu candidato próprio. Em Minas Gerais,
caminhariam juntos.
No Rio, onde as relações entre
as legendas são frias, a situação é
um pouco mais complicada. Mas
desenha-se uma saída em que o
PL lançaria chapa separada do PT
à Câmara dos Deputados. Dos 26
Estados mais o Distrito Federal,
há solução encontrada ou bem
encaminhada em 20, de acordo
com estimativa da cúpula do PL.
"As coisas estão conspirando
para que ocorra a coligação", disse o presidente do PL-SP, Luiz
Antônio Medeiros, que coloca a
possibilidade de coligação formal
em mais de 90%. Já Costa Neto,
presidente nacional, considera
que é de 50%. O senador Alencar,
um dos mais entusiasmados, tem
dito a interlocutores que a aliança
está bastante próxima.
Para que as tratativas dêem resultado, o PL conta com o apoio
dos petistas. Costa Neto e Alencar
têm conversado rotineiramente
com o presidente do PT, José Dirceu. Apesar da resistência de
grande parcela do PT, a direção
petista não abre mão da coligação. "É muito importante o fato
de que o PL continua interessado
no apoio ao Lula. Mas há diferenças importantes nos Estados. Para
haver casamento, é preciso muito
namoro ainda", disse o líder do
PT na Câmara, João Paulo Cunha.
Em Estados em que não houver
possibilidade de aproximação, a
saída seria as siglas estarem separadas na eleição, mas com um
pacto de não-agressão.
Será preciso muito trabalho, no
entanto, para controlar os petistas
em locais como o Amazonas, onde o prefeito de Manaus, Alfredo
Nascimento (PL), é o inimigo número 1 do partido de Lula. Há ainda problemas a serem resolvidos
em Estados como Amapá e Pará.
Outros possíveis entraves, como a antiga rejeição da Igreja
Universal do Reino de Deus
-que controla parte do PL- a
Lula, foram resolvidos.
Para os petistas, o apoio do PL é
vital, principalmente se fracassar
na tentativa de atrair aliados outrora tradicionais, como o PSB, o
PDT e o PPS.
Colaborou a Agência Folha, em Porto
Alegre
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Frase Índice
|