São Paulo, domingo, 03 de junho de 2001

Próximo Texto | Índice

PAINEL

Prato frio
O governo federal vai usar seus investimentos na Bahia para tentar fortalecer politicamente adversários de ACM no Estado, em especial tucanos e peemedebistas. "Nós vamos mostrar que a Bahia nunca dependeu de ACM", diz um ministro.

Pelas bordas
Emendas de adversários de ACM na Bahia serão privilegiadas. FHC vai estimular também seus ministros a participar de inaugurações de obras federais no Estado. Com a orientação de reservar um lugar de destaque nos palanques a parlamentares do PMDB e do PSDB.

Vai demorar
FHC pretendia fazer mais um pronunciamento neste fim de semana para anunciar o racionamento de energia. Desistiu. Foi aconselhado a falar quando tiver alguma boa notícia.

Via aérea
Heráclito Fortes (PFL-PI) mandou um presente insólito à governadora Roseana Sarney (MA), que fez aniversário na sexta: um prato de risoto de galinha-d'angola. O acepipe viajou de avião direto de Teresina.

Pires na mão
O ministro da seca, Raul Jungmann, levará à equipe econômica um pedido de liberação de todas as emendas previstas no Orçamento para combate aos efeitos da seca no semi-árido. Sem esse dinheiro, avalia, a situação pode ficar pior do que a de 98.

Pasta vazia
Jungmann não deve ter muito sucesso em seu pedido de liberação de verbas para enfrentar a seca. Se já não bastasse o ajuste fiscal, a equipe econômica tem mais um argumento para segurar recursos: a crise energética.

Ciúme mineiro
Aécio Neves e Pimenta da Veiga reclamaram com FHC do apoio dado à candidatura de Eduardo Azeredo ao governo de Minas. Os dois tucanos também querem o cargo.

Retoque na imagem
Ciro Gomes montou uma agenda de visitas ao mercado financeiro para tentar eliminar as resistências do setor à sua candidatura. Na semana passada, o presidenciável esteve com a cúpula da Bolsa de Valores do Rio.

Promessa de campanha
Na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, Ciro Gomes (PPS) insistiu em três pontos. Disse que, se eleito, não promoverá o calote da dívida interna, não quebrará contratos e vai manter o compromisso com o ajuste fiscal.

Entre amigos
"Em suma, Ciro Gomes quer se mostrar como uma alternativa confiável para o "establishment'", ironizou um adversário do pré-candidato ao saber da visita de sua visita à Bolsa do Rio.

Democracia interna
Pré-candidato a presidente, Eduardo Suplicy praticamente não apareceu no comercial de TV do PT exibido na semana passada, o que foi motivo de reclamação no partido. "Lula tem maioria no partido. Não precisava esconder o Suplicy", reclamou um deputado.

Fora do jogo
A derrota para Orestes Quércia em São Paulo inviabilizou o nome de Michel Temer para a presidência do PMDB. A avaliação é da cúpula governista do partido, que agora trabalha por José Sarney no comando.

Sr. voto vencido
Em seu discurso de boas-vindas a Marco Aurélio (presidente do STF), Celso de Mello recorreu a um julgamento de 1892 para homenageá-lo. Um voto vencido daquela ocasião é considerado jurisprudência hoje. Marco Aurélio ficou conhecido por sempre votar contra a maioria.

Aviso prévio
O voto vencido a que se referiu Celso de Mello dizia que, mesmo na vigência do estado de sítio, o presidente da República deve obediência à Constituição. "Os poderes do presidente não são ilimitados", disse o ministro.


TIROTEIO
Do advogado criminalista José Gerardo Grossi, sobre a afirmação de ACM de que não revelaria "conversas íntimas" que teve com FHC:
-ACM desmentiu Antonio Gramsci, que dizia não existir um grande canalha.


CONTRAPONTO
Gato escaldado

Luiz Inácio Lula da Silva foi à China no mês passado acompanhado de vários líderes petistas. Em um jantar, foram servidas comidas típicas. O prefeito de Ribeirão Preto, Antônio Palocci Filho, desconfiado, perguntou a uma recepcionista, em inglês, o que era uma determinada carne. - Dog -respondeu ela.
Palocci não entendeu direito, mas preferiu não arriscar. Ao ver o presidente do PT, José Dirceu, saboreando a iguaria, o prefeito advertiu o companheiro.
-Não é, não! Está muito gostoso -rebateu Dirceu.
Palocci chamou outra recepcionista e perguntou, novamente em inglês, de que se tratava. A resposta foi a mesma. Como Dirceu continuava incrédulo, Palocci não se fez de rogado:
-Au, au?
-Yes, au, au -respondeu a moça.
José Dirceu não tocou mais na carne.


Próximo Texto: Herança carlista: Eleitor da Bahia elogia ACM, mas o acusa de violar painel
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.