|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Aldo e Renan fazem périplo por apoio à MP
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Aldo Rebelo (Coordenação Política) e o senador Renan Calheiros (AL), líder da bancada do PMDB, passaram todo o
dia de ontem trabalhando pela
aprovação da MP do mínimo.
O governo contava, inclusive,
com o recuo dos dissidentes do
próprio PT devido à ameaça de
retaliação por parte do Planalto,
que prometia sustar o apoio àqueles que serão candidatos nas eleições municipais de outubro, por
exemplo. O PT expulsou em 2003
quatro parlamentares que votaram contra a bancada.
Assessores de ministros diziam
que o Planalto governará, daqui
para a frente, com o mapa de votação de ontem debaixo do braço.
Como forma de tentar encobrir
o recuo e manter o discurso de
que defendiam um mínimo
maior, os dissidentes recorreram
a um artifício regimental: decidiram à tarde que votariam pelos
R$ 260 e contra os R$ 275 propostos pelo PFL, como queria o governo, mas apoiariam uma emenda que elevaria o salário mínimo
para R$ 280.
"No relatório do PFL [R$ 275]
eu não voto. Queremos deixar
claro para a opinião pública a
nossa manifestação a favor de um
salário mínimo maior, de R$
280", disse o deputado Paulo Rubem (PT-PE), candidato à Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes.
A operação de pressão contra os
dissidentes foi deflagrada em várias frentes. Rebelo visitou ontem
todos os líderes das bancadas governistas na Câmara, um périplo
que durou sete horas e meia.
Uma de suas preocupações era
o PC do B, seu partido, que tem
oito deputados. Uma eventual votação contra o governo simbolizaria uma fragilidade do ministro.
Já os votos do PMDB foram coletados por Calheiros e pelo ministro Amir Lando, que também
estiveram na Câmara. "Estou trabalhando para diminuir ao máximo a dissidência", disse o senador. Calheiros afirmou também
ter tentado convencer os deputados que seguem a orientação do
secretário de Segurança Pública
do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, que é do PMDB. Aldo também se reuniu com emissários do
secretário do Rio.
(FK e RB)
Texto Anterior: O preço da contradição: Oposição usa fubá contra o governo Próximo Texto: Retórica e ação: Petistas "rebeldes" recuam de tentar aprovar valor maior Índice
|