|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TERCEIRA VIA
Para professor, economia deve visar o social
Giddens afirma que Brasil deve mudar para reduzir corrupção
WLADIMIR GRAMACHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O professor inglês Anthony
Giddens, guru da nova social-democracia européia e do premiê
britânico, Tony Blair, defendeu
mudanças no Estado brasileiro
como forma de reduzir a "corrupção" e a "ineficiência" no país.
As declarações foram feitas anteontem, horas antes do jantar
que Giddens teve com o presidente Fernando Henrique Cardoso,
em São Paulo.
"O Estado, inclusive no Brasil,
não mostrou ser solução para os
problemas sociais. Ao contrário,
provou ser corrupto, pesado e
lento", disse Giddens, durante palestra organizada pelo Núcleo de
Pesquisa em Políticas Públicas da
Universidade de Brasília (UnB).
"Um Estado grande e burocrático não é sinônimo de um Estado
poderoso", disse Giddens, que vê
em Estados como o brasileiro
uma "crise de legitimidade" junto
às sociedades a que deveriam servir. Segundo ele, isso se revela especialmente perigoso no que se
refere à condução da política econômica. "O desenvolvimento
econômico requer ação do governo, ele não acontece por si só."
Giddens fez críticas ao Fundo
Monetário Internacional (FMI) e
a seus fiéis seguidores.
"A política econômica deve estar conectada à política social. Os
neoliberais, que só pensam em
eficiência, falam apenas no equilíbrio da política fiscal", disse.
Ao explicar seu modelo político,
que ganhou fama mundial como
a "terceira via", Giddens afirmou
que o conceito "não é um meio
termo entre o socialismo e o mercado, mas uma tentativa de mostrar quais valores da esquerda
ainda são válidos no mundo".
Texto Anterior: Livro influencia trabalho de ministro Próximo Texto: Nordeste: Seca e chuvas castigam municípios de PE Índice
|