São Paulo, segunda-feira, 03 de julho de 2000


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TERCEIRA VIA
Para professor, economia deve visar o social
Giddens afirma que Brasil deve mudar para reduzir corrupção

WLADIMIR GRAMACHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O professor inglês Anthony Giddens, guru da nova social-democracia européia e do premiê britânico, Tony Blair, defendeu mudanças no Estado brasileiro como forma de reduzir a "corrupção" e a "ineficiência" no país.
As declarações foram feitas anteontem, horas antes do jantar que Giddens teve com o presidente Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo.
"O Estado, inclusive no Brasil, não mostrou ser solução para os problemas sociais. Ao contrário, provou ser corrupto, pesado e lento", disse Giddens, durante palestra organizada pelo Núcleo de Pesquisa em Políticas Públicas da Universidade de Brasília (UnB).
"Um Estado grande e burocrático não é sinônimo de um Estado poderoso", disse Giddens, que vê em Estados como o brasileiro uma "crise de legitimidade" junto às sociedades a que deveriam servir. Segundo ele, isso se revela especialmente perigoso no que se refere à condução da política econômica. "O desenvolvimento econômico requer ação do governo, ele não acontece por si só."
Giddens fez críticas ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e a seus fiéis seguidores.
"A política econômica deve estar conectada à política social. Os neoliberais, que só pensam em eficiência, falam apenas no equilíbrio da política fiscal", disse.
Ao explicar seu modelo político, que ganhou fama mundial como a "terceira via", Giddens afirmou que o conceito "não é um meio termo entre o socialismo e o mercado, mas uma tentativa de mostrar quais valores da esquerda ainda são válidos no mundo".


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