UOL

São Paulo, quinta-feira, 03 de julho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Dirceu escuta aliados e descarta criação de novo partido governista

RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Uma articulação que tomou corpo nas últimas semanas nos corredores do Congresso parece ter sido enterrada ontem. O ministro José Dirceu (Casa Civil), em consulta a líderes dos partidos da base aliada, descartou a possibilidade de o governo apoiar a alteração na legislação eleitoral para viabilizar a criação de um novo partido governista, que seria o destino de dissidentes da oposição e de parlamentares do PDT.
O diagnóstico foi feito num café da manhã que reuniu Dirceu e os líderes na casa do presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP). Segundo presentes, Dirceu deu o caso como encerrado ao ouvir a opinião dos líderes Roberto Jefferson (PTB-RJ), Eduardo Campos (PSB-PE), Valdemar Costa Neto (PL-SP) e Pedro Henry (PP-MT).
O novo partido era uma das opções estudadas para resolver a questão do ministro Miro Teixeira (Comunicações), que pertence a um PDT cada vez mais oposicionista, apesar de ainda constar oficialmente da base aliada.
O novo partido abrigaria ainda os oito ex-tucanos que se desligaram da legenda na semana passada e dissidentes do PFL.
Os defensores da idéia queriam que a legislação eleitoral fosse alterada para que o novo partido tivesse tempo de TV e direito a recursos do fundo partidário.
Ainda segundo presentes no café da manhã, Dirceu apresentou a idéia como sendo de Miro Teixeira e de cerca de 35 deputados.
O petebista Jefferson classificou a proposta de casuísta e a comparou à alteração constitucional de 1997 que permitiu ao então presidente Fernando Henrique Cardoso disputar a reeleição. Na época, o PTB apoiou a emenda.
A oposição à proposta se deve ao fato de que, se a alteração fosse aprovada, os partidos poderiam ser prejudicados futuramente, com possíveis rachas internos.
Os governistas acreditam que o número de deputados que pretendem migrar para a base do Planalto deve cair. E que esses neogovernistas devem encontrar abrigo nos partidos da base aliada.


Texto Anterior: Segura o tchan: Presidente faz brincadeira e elogia dançarina
Próximo Texto: Base aliada: Por Roriz, PMDB ameaça romper com Lula
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.