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Sigilo sobre sanguessugas é difícil, diz presidente de CPI
Biscaia prevê vazamento de nomes, apesar de o STF ter pedido reserva sobre investigados
Para a deputada Vanessa Grazziotin, integrante da comissão, revelação da
lista de parlamentares acusados é "questão de dias"
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Antonio
Carlos Biscaia (PT-RJ), quer
analisar hoje os 15 inquéritos
abertos contra parlamentares
pelo Supremo Tribunal Federal para notificar os indiciados
nesta semana para que apresentem defesa por escrito. Eles
não deverão ser ouvidos em
sessões da comissão.
"A documentação está sendo
transferida do Supremo para a
comissão sob sigilo. Após recebê-la, vou comunicar à comissão e sugerir que possamos fazer as notificações", disse Biscaia ontem. "A partir de então,
será muito difícil manter em sigilo os nomes", completou.
Titular da CPI dos Sanguessugas, a deputada Vanessa
Grazziotin (PC do B-AM) disse
concordar com Biscaia: "O presidente tem razão em preservar
o sigilo, mas isso [a revelação
dos nomes] é questão de dias.
Afinal de contas, o foco da CPI
são os parlamentares. Temos
de prestar contas à sociedade".
Na sexta-feira, o ministro
Gilmar Mendes, do STF, atendeu ao pedido da CPI e liberou
o acesso à documentação relacionada à quadrilha dos sanguessugas. O material incluiu
os 15 inquéritos abertos a pedido do procurador-geral da República, Antônio Fernando
Souza, contra parlamentares.
Ele já solicitou a abertura de
mais 42 inquéritos, totalizando
57 parlamentares investigados.
A documentação já poderia
ter sido enviada na sexta à CPI,
mas o deputado Biscaia preferiu que isso só ocorresse quando ele estivesse em Brasília.
"Estou tomando todos os cuidados. Quando o material chegar, vou colocar tudo dentro de
um cofre", declarou ele.
A proposta de notificação dos
deputados será feita na reunião
de amanhã. Também foram
marcados os primeiros depoimentos da CPI. Serão do delegado da Polícia Federal Tardelli
Boaventura e do procurador da
República no Mato Grosso Mário Lúcio Avelar. Os dois são
responsáveis pelas investigações que desvendaram a quadrilha dos sanguessugas.
Por meio de escutas telefônicas, foi descoberto o esquema
em que parlamentares apresentavam emendas ao Orçamento para compras irregulares de ambulâncias por prefeituras. As licitações eram fraudadas para que as empresas
controladas pela família Trevisan-Vedoin saíssem vitoriosas.
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