São Paulo, sexta-feira, 03 de agosto de 2001

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Marco Aurélio se diz perplexo com documentos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Marco Aurélio de Mello, disse que a reportagem sobre a prática de espionagem no Exército causa "grande perplexidade". "Sem dúvida alguma, o que está estampado na Folha [de ontem" causa uma grande perplexidade." Marco Aurélio afirmou estar confiante que o Ministério da Defesa irá apurar plenamente as informações contidas na reportagem.
O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Rubens Approbato, cobrou pronunciamento do Planalto sobre a questão, lembrando que o presidente Fernando Henrique Cardoso e vários de seus assessores lutaram contra o regime militar.
Segundo Approbato, "os detentores do poder" sofreram com o regime militar. "O Aloysio Nunes Ferreira (secretário-geral da Presidência) teve que ser banido [viveu no exílio". O José Gregori (ministro da Justiça) foi um lutador dos direitos humanos. O próprio presidente sofreu na carne. Eles não podem ficar calados."
Approbato também reafirmou que "hoje há um inimigo invisível corroendo a democracia", repetindo afirmação do discurso em que atacou o governo FHC, na posse de Marco Aurélio na presidência do STF, em maio. "Naquela ocasião [durante o regime militar], pelo menos o inimigo era visível."
Ao ser indagado sobre o fato de o Exército "fichar" ativistas de movimentos sociais, entidades civis e organizações não-governamentais, o presidente da OAB afirmou: "Isso me arrepia. Lembra a época do autoritarismo."
Approbato anunciou que irá propor ao Conselho Federal da OAB o exame dessa questão por considerá-la muito grave.



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